Cafeicultores querem acordo com UE para expandir o mercado

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de janeiro de 2019 às 11:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:18
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Atualmente, a tarifa cobrada pela União Europeia é de 9%, que favorece principal concorrente brasileiro

Produtores e
exportadores brasileiros de café esperam que o novo governo atue para concluir
o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

Conforme os termos
estabelecidos nas negociações até o fim do ano passado, as partes deixarão de
cobrar tarifas para o café solúvel em até quatro anos após a assinatura do
tratado.

Atualmente, a tarifa cobrada pela
União Europeia é de 9%. A taxação favorece o principal concorrente brasileiro,
a Colômbia, que exporta para 28 países sem os mesmos custos aduaneiros. “Isso é
uma desvantagem muito grande”, afirma o presidente executivo do Conselho
Nacional do Café, Silas Brasileiro, que deve levar o assunto para a reunião de
fevereiro do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que funciona
dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “De um a dez,
estamos no nove para fechar o acordo”, avalia o diretor de Relações
Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics),
Agnaldo Lima.

Segundo Lima, a atuação conjunta das áreas econômicas do governo e da
diplomacia foi eficiente nas negociações sobre o café com os europeus. “Os
produtos brasileiros que mais enfrentam resistência na Comissão Europeia para
ter um acordo são açúcar, álcool e carne. Não o café.”

O mercado europeu é estratégico para
a ampliação das exportações de café solúvel. Nenhum país da União Europeia
ocupa posição entre os 10 principais destinos dos produtos brasileiros. Até
novembro de 2018, os três maiores compradores de café solúvel do Brasil foram
os Estados Unidos (591 mil sacas de 60 kg); Rússia (404 mil sacas) e Japão
(269mil sacas).

Em todo o ano passado, as exportações
de café solúvel (industrializado) renderam mais de US$ 526 milhões. O valor é
quase nove vezes menor do que o país obteve com a venda de café cru em grão,
para o qual a União Europeia não cobra tarifa.

O café brasileiro é
cultivado principalmente por pequenos produtores. Segundo pesquisa feita
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre outubro e
novembro do ano passado em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Espírito Santo,
Bahia, Rondônia e Goiás, 66% das propriedades produtoras de café têm menos de
20 hectares.


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