compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Grupo de ciclistas encontrou uma filhote durante o percurso da rota cicloturística no último final de semana e resolveu adotá-la
O que parecia ser apenas mais um passeio de bicicleta, se transformou em um momento marcante para Alberto Barbosa.
Ainda lidando com o luto pela perda de seu cachorro devido a um tumor, foi durante um passeio entre a capital paulista e o Litoral e Baixada Santista que ele ganhou uma nova companheira: Uma cachorrinha filhote seguiu ele e um grupo de ciclistas de Campinas por 15 quilômetros.
O passeio, realizado no último sábado (2), teve saída às 4h da madrugada para ir de Campinas até Grajaú, na zona Sul de São Paulo, onde começou o percurso, com retorno às 22h do mesmo dia.
Desde o contato com o mar pela balsa da Represa Billings até a terra da Estrada de Manutenção da Rodovia Imigrantes, o passeio contou com algumas subidas, muitos perrengues, pneus furados e pessoas com cãibra, mas deixou um final feliz para ficar marcado na memória dos ciclistas de Campinas.
De pedal para um final feliz
Acostumado a pedalar, Alberto Barbosa aproveitou as férias do trabalho para conhecer a recém-inaugurada rota Márcia Prado. O primeiro contato que ele teve com a cadela resgatada foi na estrada do Capivari, logo na primeira curva, quando a viu voltando sentido contrário ao pedal.
“Na primeira curva dessa estrada, o pneu de um dos ciclistas furou, e a cachorra estava ali acompanhando, como se tivesse achado um bando para seguir e fazer parte”, conta.
Depois desse momento, ele percebeu que a cachorrinha passou a acompanhar os ciclistas, correndo para seguir o ritmo das bicicletas. A surpresa do ciclista foi que, cerca de 15 quilômetros depois, ela continuava próxima do grupo. “Sempre tem cachorro nos pedais, mas esse foi diferente”, conta a ciclista Eleonora Heleno.
Outros moradores de Campinas que estavam no passeio detalharam que, ao entrarem na ciclofaixa na Imigrantes, tentaram afastar a filhote para que ela parasse de seguir o grupo, com medo de que o animal fosse atropelado ou se machucasse. Ela chegou a parar, mas voltou a seguir aqueles que estavam mais para trás.
Teimosa
“Os meninos mandavam ela embora. Passava um pouco e lá estava ela de volta, com uma carinha de ‘Me leva embora’. Acredito que todos ficaram emocionados da persistência dela”, continua Eleonora.
Depois de passar pela ciclovia, a cachorrinha acabou ficando com as patinhas queimadas por conta do atrito com o chão. Foi quando Walter Filho e outro colega começaram a pensar em formas de levá-la na bicicleta.
Pensaram em levar na mão, no bagageiro de uma das bicicletas e até dentro da camiseta, mas acabaram, por fim, colocando-a na mochila amarrada com um elástico que prende bagagem de moto.
“A galera já estava lá na frente no pedal e eu e mais dois amigos ficamos para trás tentando ver uma forma de levar, pois ainda íamos fazer um caminho longo e se deixássemos onde estava poderia acontecer o pior”.
Carga amorosa
Assim, ele e outro amigo seguiram revezando o ‘carregamento’ da pequena. “A sensação foi muito boa, de não ter deixado ela, de estar resgatando e de ela estar vivendo e ela encontrar uma família. Isso é gratificante para quem ama animal”, comenta Walter.
Chegando no ponto final da rota, em Cubatão, o grupo que levou a cachorrinha conseguiu conversar com o motorista para levá-la no ônibus e trazê-la para Campinas. Alberto ficou sabendo pelo grupo do WhatsApp que ela tinha sido resgatada e decidiu pela adoção.
“Perdemos recentemente um cão, morreu por um tumor, mesmo após cirurgia não recuperou e morreu. Entendi que seria uma boa ideia cuidar dela e dar um lar para ela, que lutou tanto para encontrar um lar. Agora é parte de nossa família”, conta.
Segundo A Cidade On, o nome da cachorrinha, dado carinhosamente pelo grupo, não podia ser outro: Marcinha, fazendo referência à rota onde foi encontrada. Mas, na casa de Alberto, seu novo lar, ela é chamada de Maya.