Bruxaria no Brasil: saiba a história de mulheres que foram mortas na fogueira

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 27 de dezembro de 2020 às 01:37
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 12:46
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Sim, no Brasil mulheres também foram acusadas da prática de bruxaria e condenadas à morte por isso

A famosa frase: “Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem”, ganhou o mundo há séculos.

Ainda que não existam provas concretas ou explicáveis sobre a prática da bruxaria ou magia, o fato é que não dá pra duvidar, mesmo em pleno século 21, do fascínio que o assunto exerce nas pessoas.

Conhecida como a época negra de caça às bruxas na Europa, a Inquisição foi impiedosa com os que eram considerados hereges pela Igreja Católica.

Mas o Brasil também acusou mulheres da prática de bruxaria de forma intolerante e as condenou à morte, injustamente e sem provas.

Conheça a história de cinco mulheres brasileiras que ilustram, tristemente, o período de caça às bruxas no nosso país.

1. Mima Renard​

Mima Renard foi uma mulher franco-brasileira que morreu queimada em uma fogueira no ano de 1692, na vila de São Paulo. 

Acabou se tornando um dos mais conhecidos nomes durante o período de caça às bruxas no Brasil.

Renard deixou a França e chegou ao Brasil com seu marido René. 

Acredita-se que seu marido tenha sido assassinado por um homem que estava interessado em sua esposa, visto que ela era uma mulher muito bela. 

Viúva, ela teve que começar a se prostituir para viver.

Foi nesse momento que os boatos começaram. 

Outras mulheres passaram a dizer que Renard fazia feitiços para atrair os homens. 

Quando dois de seus clientes, casados, começaram uma briga que resultou na morte de um deles, a prostituta foi denunciada ao padre da paróquia local, acusada de bruxaria e feitiçaria. 

Ela morreu no ano de 1692, executada em uma fogueira pública em São Paulo.

2. Isabel Pedrosa de Alvarenga​

Isabel Pedrosa de Alvarenga também foi acusada de bruxaria. 

Um dos “familiares do Santo Ofício” fez uma denúncia contra a mulher, alegando que ela tinha um saco contendo umbigos de crianças, panos com sangue, bicos de pássaros e tufos de cabelo. Tudo isso seria para fazer rituais de magia.

Em 1750, ela foi condenada por esse crime. Acredita-se que, na verdade, Isabela tenha sido uma mulher muito pobre que vivia nas ruas pedindo comida e esmolas.

3. Ursulina de Jesus​

Acusada de bruxaria por seu marido Sebastiano de Jesus, um homem com certa relevância em São Paulo, Ursulina foi julgada e condenada por heresia e bruxaria no ano de 1754. 

Neste ano, ela ainda foi assassinada em uma fogueira pública.

Sebastiano havia acusado a mulher de tê-lo deixado estéril com o uso de magia negra. 

O problema foi que a amante do homem na época, Cesária, ainda confirmou a acusação, testemunhando junto com ele no tribunal contra Ursulina.

4. Maria da Conceição​

Maria da Conceição tinha incríveis conhecimentos sobre ervas medicinais. 

A mulher usava as técnicas naturais que dominava para ajudar pessoas doentes na região. 

O ano era 1798 e, como quase todas as mulheres ligadas a esse tipo de sabedoria, Maria terminou na fogueira.

Também em São Paulo, um padre chamado Luís acusou-a de heresia e bruxaria, provavelmente pelo seu envolvimento com os doentes, o qual o religioso era radicalmente contra. 

Ela foi morta em uma execução pública no centro de São Paulo, próximo ao Convento de São Bento.

5. Fabiana Maria de Jesus​ 

Diferentemente das outras mulheres dessa lista, esse caso aconteceu recentemente, já no século 21 — ou melhor, em 2014. 

Algumas fake news estavam circulando no bairro em que Fabiana morava, no Guarujá, litoral de São Paulo, alegando que ela fazia rituais de magia negra envolvendo crianças.

O boato de que ela sequestrava meninos e meninas para realizar a bruxaria fez com que ela fosse morta em um linchamento público. 

Cerca de 100 pessoas participaram do ato criminoso.

*Informações Aventuras na História


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