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Embora armazenem água em seu interior, as bromélias não constituem um ambiente favorável ao desenvolvimento das larvas do Aedes aegypti
Bromélias são plantas que costumam armazenar água – foto Freepik
Os casos graves de dengue têm gerado alarde entre a população – e não é para menos! O mês de abril começou com o marco de 2,5 milhões de casos registrados no Brasil desde o início de 2024.
Neste cenário, uma antiga dúvida ressurge: as bromélias são mesmo um potencial criadouro para o Aedes aegypti?
Antes de tudo, é preciso compreender o ciclo de vida do mosquito transmissor da dengue, com quatro etapas: ovo, larva, pupa e adulto.
Segundo Ademir de Jesus Martins Júnior, biólogo pesquisador do Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores da Fiocruz, o ciclo começa com o ovo, geralmente depositado em um recipiente artificial com água.
“Ele precisa de umidade, porque, ao eclodir, surge uma larva que se desenvolve na água até se transformar no adulto que voará em busca de alimentação”, diz.
Idealmente, o mosquito da dengue se multiplica em água limpa e parada, armazenada em pneus, latas, garrafas, potes, vasos, sacos de lixo, tampas, copos e outros objetos dispostos ao ar livre.
Neste cenário, as bromélias-tanque, como são chamadas as espécies em formato de roseta, cujas folhas formam um tubo central, não representam grande risco.
Embora seja, sim, possível encontrar larvas do Aedes aegypti na água armazenada pelas bromélias, um estudo da Universidade Federal da Paraíba indica que elas apresentam uma mortalidade significativamente maior neste meio em comparação a recipientes controle, como pneus e garrafas plásticas.
Isso estaria associado a condições químicas ocasionadas pela parede vegetal, que torna o pH da água mais ácido e inapropriado para o desenvolvimento do mosquito.
“No caso das bromélias, além da remoção cuidadosa da água estagnada, uma prática eficaz é o uso de serragem para pets nos receptáculos das plantas, o que impede o desenvolvimento das larvas, oferecendo uma solução simples e eficiente para mitigar qualquer possibilidade de proliferação do mosquito”, afirma Larissa Gomes Silva Samos, bióloga e paisagista do Shopping Garden.
Para uma prevenção eficiente, volte sua atenção a pontos artificiais de acúmulo de água parada. “Dez minutos de vistoria, uma vez por semana, são suficientes a depender do tamanho da casa.
O período de desenvolvimento da larva até o adulto dura de 7 a 10 dias, então é importante analisar semanalmente – ainda mais em períodos de calor, quando a larva se desenvolve mais rapidamente”, afirma Ademir.
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