Brigagão dispara o alerta: setor calçadista francano está ameaçado de extinção

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 26 de maio de 2020 às 19:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:46
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Presidente do Sindifranca diz que a entidade pode fechar e indústrias acabar se medidas não sejam tomadas

O presidente do Sindifranca – Sindicato da Indústria de Calçados de Franca -, empresário José Carlos Brigagão, fez na manhã desta terça-feira (26) uma enfática defesa do segmento calçadista.

Falando na Câmara de Vereadores, ele deixou claro aos parlamentares que a indústria francana está definitivamente ameaçada se medidas não foram adotadas com urgência.

Ele pediu apoio ao Legislativo francano, à Prefeitura Municipal e a todos os segmentos governamentais para o setor, que pode ir a falência. 

Primeiro, por conta do processo anti-dumping contra a China, que vence neste semestre e precisa ser renovado. Porém, falta dinheiro para apresentar um novo diagnóstico.

Segundo, pela crise da pandemia que deixou várias empresas com suas esteiras de produção paradas, sem ter como entregar os pedidos produzidos.

Terceiro, pelo desemprego ocorrido desde o início do ano. Com o estado de emergência é possível que mais de 9 mil postos de trabalhos já estejam perdidos. 

Quarto, porque a retomada de qualquer produção deverá passar pela contextualização da indicação de procedência do calçado francano – o pólo de Franca é o único no país a ter esse certificado, mas falta apoio para colocá-lo em prática.

Fábrica de calçados sem funcionários

Ao fazer seu desabafo na tribuna da Câmara Municipal, José Carlos Brigagão não poupou críticas à fragilidade da desindustrialização da indústria de transformação. 

Pediu ainda que a Prefeitura encaminhe projeto de lei para a Câmara, autorizando o repasse de quase R$ 400 mil utilizados como apoio nas feiras calçadistas para apresentar o sapato francano.

Só assim para o Sindifranca ter fôlego para finalizar os levantamentos anti-duping ao mercado chinês, bem como ações para otimizar o selo de Indicação da Indústria calçadista.

Não poupando números sobre a crise que o pais e o setor calçadista atravessam, Brigagão afirmou que os mercado interno e externo estão retraído. 

A queda de produção este ano deverá ser superior a 30%. E se o mercado americano não melhorar para as fábricas de Franca pode-se dizer que será o fim de um dos mais importantes polos calçadistas do Brasil, construído em mais de um século de trabalho determinado de muitos pioneiros.


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