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Nas classes mais pobres, o percentual de insegurança alimentar foi a 30% em novembro
O percentual de brasileiros que deixaram de comer por falta de recursos dobrou entre julho e novembro deste ano, de acordo com uma pesquisa do Unicef, com muitos lares sem conseguir alimentar crianças e adolescentes durante a pandemia.
No segundo estudo do Unicef sobre os impactos sociais da Covid-19 no Brasil, o aumento da insegurança alimentar chamou atenção, com 13% dos entrevistados dizendo que deixaram de comer por falta de dinheiro. Em julho, esse percentual era de 6%.
Nas classes mais pobres, o percentual de insegurança alimentar foi a 30% em novembro, o dobro do observado na primeira pesquisa em julho, segundo o levantamento.
De acordo com a pesquisa, 8% dos entrevistados que moram com pessoas menores de 18 anos declararam que as crianças e os adolescentes do domicílio deixaram de comer por falta de dinheiro para comprar alimentos. Entre aqueles de classe D e E, a proporção chega a 21%.
“É extremamente preocupante o cenário de insegurança alimentar que a pandemia traz para crianças e adolescentes. Uma família que não consegue alimentar adequadamente suas crianças está vivendo na mais absoluta privação de direitos. É urgente o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas à parcela mais pobre”, disse Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil, em comunicado.
Após 9 meses de pandemia no Brasil, o Unicef fez um alerta especial sobre o agravamento da situação de crianças e adolescentes no país, especialmente em famílias mais pobres, uma vez que 55% dos entrevistados declararam que o rendimento de seu domicílio diminuiu desde o início da pandemia, o equivalente a 86 milhões de brasileiros.
A pesquisa do Unicef apontou que essa queda na renda domiciliar é ainda mais forte entre as pessoas que vivem com crianças e adolescentes em casa. Entre estes, 61% dos entrevistados declararam que a renda da família diminuiu.
“O auxílio emergencial foi de extrema importância para garantir renda para uma parcela muito significante da população. O que é fundamental é que as famílias mais vulneráveis tenha acesso seguro à renda”, disse Liliana Chopitea, chefe de políticas sociais, monitoramento e avaliação do Unicef no Brasil, à Reuters.
Criado em função da pandemia de coronavírus para socorrer os mais vulneráveis, o auxílio emergencial foi prorrogado pelo governo até o fim do ano, mas com um valor menor (passando de 600 para 300 reais). É pouco provável que a ajuda seja estendida para 2021.