Amputações de pênis normalmente estão relacionadas ao câncer no órgão, mas podem ser evitadas com práticas simples no dia a dia
A amputação total ou parcial do pênis, conhecida como falectomia, é uma cirurgia geralmente associada ao câncer no órgão. Contudo, também pode ser necessária devido a acidentes ou traumas.
A partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que, anualmente, 645 homens passam por esse procedimento no Brasil.
Embora o número seja alarmante, a falectomia pode ser evitada, na maioria dos casos, com práticas simples de higiene. No entanto, a limpeza adequada do pênis ainda é negligenciada, seja por falta de informação ou outros fatores.
Brasil teve quase 20 mil casos de câncer de pênis nos últimos anos
Entre 2013 e 2022, o Ministério da Saúde registrou quase 20 mil casos de câncer de pênis no Brasil. Apesar de ser uma doença considerada rara, representando 2% dos cânceres que afetam a população masculina, ela pode ter consequências graves.
Os principais sintomas incluem feridas que não cicatrizam, alterações na coloração da glande e secreção com odor forte. Apesar de ser mais comum em homens acima de 50 anos, o câncer de pênis também pode surgir em jovens.
Entre os fatores de risco estão a falta de higiene íntima e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não tratadas. Em muitos casos, o tratamento exige a remoção do órgão.
O que é falectomia e quando a cirurgia é indicada?
Entender o que é falectomia é o primeiro passo para conhecer mais sobre a amputação do pênis e como evitá-la. Ela consiste na remoção parcial ou total do membro, dependendo da gravidade do caso.
A cirurgia é indicada principalmente em situações de câncer de pênis avançado, mas também pode ser necessária após lesões graves no órgão.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, entre 2014 e 2023, foram realizadas 6.456 amputações no país.
Como o procedimento é realizado e quais cuidados são necessários
O método utilizado na falectomia depende da extensão da remoção. Na amputação parcial, a glande é retirada, mas a haste do órgão é preservada. Já na amputação total, toda a estrutura é removida, e uma abertura é criada no períneo para garantir a função urinária.
Em casos graves de câncer, também pode ser necessária a retirada dos testículos. Após o procedimento, o paciente permanece internado por até dois dias, utilizando um cateter urinário por cerca de 14 dias para facilitar a micção.
O tempo de recuperação total varia entre quatro e seis semanas. Durante esse período, é importante cuidar da cicatriz, seguir a medicação prescrita e evitar atividades intensas.
Vida após a amputação: impactos e prevenção
A falectomia pode trazer impactos para a saúde mental dos pacientes, principalmente em relação à autoestima. Quando a amputação é parcial, o desempenho sexual pode ser preservado, mas, nos casos de remoção total, a penetração deixa de ser possível.
A capacidade urinária é mantida, embora muitos homens passem a urinar sentados. O acompanhamento psicológico é essencial para ajudar o paciente a lidar com os efeitos emocionais e sociais do procedimento.
Práticas de higiene adequadas, com a retração do prepúcio e lavagem com água e sabão, podem evitar qualquer risco de amputação.
Além disso, visitas regulares ao urologista e atenção a alterações no órgão são importantes para o diagnóstico precoce.