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Sudeste concentra o maior número de casos (26%) e a maior parte das mortes ocorreu no verão e primavera
A cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre no Brasil, revela estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O País ocupa a sétima posição mundial em mortes provocadas pelo fenômeno, tornando-se ainda o líder em incidência de raios, com cerca de 77,8 milhões de descargas para o solo a cada ano.
De acordo com o levantamento do Inpe, elaborado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), neste século já foram registrados 2.194 óbitos ocasionados por raios, uma média de 110 óbitos no período de 2000 a 2019.
Conforme o estudo do Inpe, a probabilidade de uma pessoa morrer atingida por um raio no Brasil ao longo de sua vida é de um em 25.000. No entanto, embora a estimativa pareça pequena, a chance disso acontecer é maior do que aquela de ser mordido por um cachorro (um em 100.000).
E a probabilidade aumenta em até 2,5 vezes (um em 10.000), se a pessoa estiver desprotegida em uma área descampada durante uma tempestade típica, que produz cerca de três raios por minuto. Se a tempestade for mais forte, a probabilidade é 25 vezes maior (um em 1.000).
Apesar do levantamento indicar 110 mortes anuais decorrentes do fenômeno, o Elat destaca que nem sempre um incidente provocado por um raio é fatal. Nesse caso, anualmente, cerca de 300 pessoas sobrevivem após serem atingidas por um raio.
Para chegar a essa conclusão, o Elat reuniu informações coletadas pelo Departamento de Informações e Análise Epidemiológica (CGIAE) do Ministério da Saúde, veículos da imprensa e dados de população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2000 a 2019.
O que revela a pesquisa
Entre os principais resultados do levantamento, o Sudeste concentra o maior número de casos (26%) e a maior parte das mortes (67%) ocorreu no verão e primavera – estações mais quentes do ano e por isto com maior número de tempestades e raios.
Do Nordeste, apenas o Maranhão esteve entre os estados com maiores casos de óbitos decorrentes do fenômeno. Segundo a pesquisa, os homens representam a maior parte dos casos (82%), enquanto as mulheres representam 18% dos óbitos.
As circunstâncias das fatalidades ocorreram em maior percentual na área rural (26), entre atividades não identificadas e a agropecuária.
Estar dentro de casa ou próximo à rede elétrica ou hidráulica representa 21% dos casos, seguidos por atividades na água ou próximo em praias, rios ou piscinas (9%), embaixo de árvores (9%).
Há ainda um percentual de 8% para circunstâncias em áreas cobertas que protegem da chuva mas não dos raios (8%); em áreas descampadas (7%); próximo a veículos ou em veículo abertos (6%) em rodovias, estradas ou ruas, sem estar dentro de veículos (4%); e situações em que a pessoa esteve próxima a cercas, varal ou similares (4%); entre outros casos (6%).
Conforme o estudo, não há nenhum registro de fatalidade dentro de veículos fechados, o que se configura como a circunstância mais segura para se abrigar durante uma tempestade.
Elat lança cartilha de proteção contra raios
Com base no levantamento, o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe lançou uma cartilha de proteção contra raios com orientações inéditas.
A publicação traz informações sobre como os raios se formam, de que forma eles podem nos atingir, indicando também o que fazer para se proteger do fenômeno.
Clique aqui para baixar a cartilha em PDF
*O Povo