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Sonolência constante pode indicar déficit de sono perigoso e afetar saúde, desempenho e segurança, de acordo com Academia Americana de Medicina do Sono

Sonolência durante o dia pode ser sinal de alerta para problemas sérios de saúde – foto Freepik
Um novo posicionamento da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) reforça a importância de cuidar da qualidade do sono, alertando para os riscos da sonolência excessiva durante o dia.
De acordo com Eric Olson, presidente da entidade e especialista em medicina do sono, esse problema impacta não só a vida de quem sofre com ele, mas também a sociedade como um todo, aumentando os riscos de acidentes de trânsito, erros no trabalho e doenças graves.
Dormir menos do que o necessário traz riscos silenciosos
Especialistas recomendam pelo menos sete a oito horas de sono de qualidade por noite. Dormir menos que isso, de forma contínua, está ligado ao aumento de casos de diabetes, depressão, pressão alta, obesidade, AVC, doenças cardíacas e renais.
E o problema é mais comum do que se imagina: um terço dos adultos relata sonolência excessiva durante o dia.
Muita gente ainda considera normal cochilar em reuniões, ficar sonolento no trânsito ou precisar de vários cafés para se manter desperto.
Mas, segundo a especialista em sono Kristen Knutson, esses sinais devem ser levados a sério. “Quem está descansado de verdade não adormece, mesmo em reuniões entediantes”, afirma.
O perigo de achar que está tudo bem
Outro ponto preocupante é que, com a falta de sono constante, o cérebro perde a capacidade de perceber o próprio nível de cansaço.
Segundo a especialista Indira Gurubhagavatula, as pessoas acabam acreditando que estão bem, mesmo cometendo erros simples, esquecendo informações e tendo reações mais lentas.
Em casos mais graves, o corpo chega a realizar microssonos, pequenos cochilos de poucos segundos, que muitas vezes passam despercebidos.
“Isso é extremamente perigoso se você estiver dirigindo ou operando algum equipamento. Se sentir que pode adormecer, pare imediatamente”, alerta Gurubhagavatula.
De acordo com as estatísticas, 100 mil acidentes de carro por ano são causados por direção sonolenta.
Como saber se a sonolência é um problema?
Existe um teste simples, chamado Escala de Sonolência de Epworth, que ajuda a medir o nível de sonolência durante o dia. O questionário avalia a chance de a pessoa dormir em situações como assistir TV, ler, ficar parado no trânsito ou conversar com alguém.
A pontuação vai de zero a 24. Acima de 10 já indica necessidade de avaliação médica. Além disso, sintomas como pálpebras caídas, sensação de vertigem, dificuldade para manter a postura e atitudes impulsivas são sinais claros de alerta.
O que pode causar a sonolência?
Além da falta de horas de sono, distúrbios como apneia, insônia, síndrome das pernas inquietas e problemas de ritmo biológico podem ser os vilões. Condições de dor crônica e até alguns medicamentos também contribuem para o quadro.
Por isso, os especialistas recomendam ficar atento às medicações — tanto prescritas quanto aquelas vendidas sem receita — e adotar hábitos saudáveis de sono.
Isso inclui reduzir o consumo de álcool e cafeína à noite, evitar ambientes barulhentos ou mal iluminados para dormir e manter uma rotina regular de horários.
Álcool e maconha prejudicam o sono
Embora muitas pessoas acreditem que uma taça de vinho ou o uso de maconha ajudam a relaxar, o efeito no sono não é positivo.
Segundo Gurubhagavatula, o álcool pode até ajudar a dormir mais rápido, mas causa despertares no meio da noite, prejudicando a qualidade do descanso. Já a maconha diminui a eficiência do sono e aumenta a sonolência no dia seguinte.
“Tenho pacientes que relatam melhora significativa no sono só de eliminar aquela taça de vinho à noite”, conta a especialista.
O recado dos médicos é claro:
sono de qualidade é fundamental para a saúde, o bem-estar e a segurança de todos. Se você anda bocejando demais, sentindo as pálpebras pesadas ou recorrendo a vários cafés por dia, vale investigar e, se necessário, buscar orientação médica.
*Fonte: CNN