Boa notícia: vinho tinto é bom para combater a depressão, diz pesquisa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de março de 2020 às 18:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:26
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Resveratrol, naturalmente presente na bebida, bloqueia enzima responsável por controlar estresse no cérebro.

O resveratrol, uma substância presente na pele e na semente das uvas, já se mostrou benéfica à saúde de diversas formas. 

Por isso, é um dos alvos favoritos de cientistas em suas análises. 

Em um estudo recente, uma equipe dos Estados Unidos identificou que a molécula, também encontrada em grande quantidade no vinho tinto, age como poderoso inibidor de uma enzima relacionada à depressão. 

Os dados foram publicados, no último dia 26, na revista especializada Neuropharmacology e, segundo os autores, poderão contribuir para terapias mais eficazes de combate à doença. 

Embora pesquisas anteriores tenham mostrado que o resveratrol tem efeitos antidepressivos, a relação do composto com a fosfodiesterase 4 (PDE4), uma enzima influenciada pelo hormônio do estresse corticosterona, ainda era desconhecida.

A corticosterona regula a resposta do corpo ao estresse. Demasiado estresse, no entanto, pode levar a quantidades excessivas do hormônio que circula no cérebro.

“Em última análise, leva ao desenvolvimento de depressão ou de outros distúrbios mentais”, resume Ying Xu, professora associada de pesquisa na Faculdade de Farmácia e Ciências Farmacêuticas da Universidade de Buffalo e principal autora do estudo científico.

Os cientistas explicam que relações fisiológicas ainda desconhecidas tornam a terapia medicamentosa para a depressão complexa.

“Os antidepressivos atuais concentram-se na função da serotonina ou da noradrenalina no cérebro, mas apenas um terço dos pacientes com depressão entram em remissão completa em resposta a esses medicamentos”, frisa a autora.

A relação entre a PDE4 e o resveratrol foi analisada em um estudo com ratos. 

Ying Xu e sua equipe observaram que a molécula presente na uva reduz a ação da enzima.

Isso diminuiu a ação do monofosfato de adenosina cíclico — uma molécula mensageira, que sinaliza mudanças fisiológicas, como divisão celular, alteração, migração e morte — no corpo, levando a alterações físicas no cérebro. 

“O resveratrol exibiu efeitos neuroprotetores contra o hormônio corticosterona inibindo a expressão de PDE4”, frisa a líder do estudo.

“Dessa forma, a pesquisa estabelece as bases para o uso do composto em novos antidepressivos”, complementa.


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