Arquitetura industrial é uma das principais tendências para projetos residenciais

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  • Publicado em 28 de setembro de 2018 às 15:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:03
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Estética permite explorar com facilidade a interação entre a construção e a decoração

Canos e tubulações aparentes. Muito metal e peças com acabamentos que parecem oxidados. Objetos reciclados e a predominância das cores preta, cinza e branca. Essas são algumas das características do estilo industrial de decoração, em alta nos projetos atuais, e que deixam os ambientes com ar contemporâneo.

Mais encontradas em ambientes comerciais como restaurantes, a decoração industrial ganhou tanta força nos últimos anos que vem sendo aplicada também em escritórios e residências, principalmente com a tendência de imóveis cada vez menores.

Nascido com os lofts urbanos de Nova Iorque, quando antigos galpões e armazéns viraram residências, sem esconder suas características originais, o estilo industrial ganhou força no décor entre os anos 1950/70 e hoje é uma das tendências mais em voga. Normalmente associada a espaços abertos, justamente por causa dos lofts, essa estética permite explorar, com facilidade e criatividade, a interação entre a construção e a decoração.

Para o arquiteto Luís Carlos Marques, são muitas as possibilidades de transformar um espaço, conferindo ares industriais. “Dentre as que venho trabalhando estão a integração dos ambientes, a valorização  do pé direto,  o uso aparente de concreto, tijolos – em tamanhos e tonalidades variados – e conduletes – tubulações metálicas; paredes descascadas e madeira, inclusive de demolição. As cores podem variar, dependendo da intenção sensorial”, explica. Quanto à iluminação, Luís Carlos sugere trilhos, spots e rebatedores. “Lâmpadas com filamento aparente e design retrô são muito bem-vindas”.

Já que o estilo industrial lembra a aparência de uma fábrica, vale equilibrá-lo com recursos que proporcionem a sensação de conforto e acolhimento. Como arquiteto, ele procura traçar o perfil do usuário, trazer referências da vida e do cotidiano do cliente, escolher obras de arte junto com ele e criar harmonia entre o mobiliário, as peças de decoração e os acessórios. “O efeito luminotécnico equilibrado, em acordo com a proposta conceitual, também ajuda a conferir alma e personalidade ao projeto”, destaca.

Estilo versátil

Normalmente aplicado em salas de estar/jantar integradas à cozinha, nada impede que o estilo seja incorporado ao quarto e ao banheiro. O arquiteto lembra que é essencial criar uma relação equilibrada entre materiais e cores, bem como o uso de painéis, portais e outras formas de fechamento que possam atribuir versatilidade, integração eventual e amplitude espacial.

Se o seu imóvel não tiver as características originais do estilo industrial, o arquiteto garante que é possível criá-las sem alterar estruturas ou elementos definitivos: “Basta ir além, vislumbrar e viajar no espaço, mergulhando em referências e conceitos”.

Para completar, é possível usar móveis e objetos antigos e de ferro velho. Por exemplo, aquele sofá bem antigo que era da sua avó ou aquela cômoda antiga que fez parte da adolescência da sua mãe. Além disso, tem as mesinhas de pallets, que estão em alta ou aquelas de caixotes de feira. “O que mais me atrai nesse estilo é sua versatilidade e as possibilidades de abstrair e intervir no espaço. O desafio de relacionar elementos, por vezes contrastantes, em uma atmosfera que envolve arte e referências”, finaliza o arquiteto.