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Um comportamento que chamou a atenção foi a busca por comida e bebida, segmento que cresceu mais de 400% na comparação com 2019
Busca por itens de supermercado disparou na Black Friday de 2021
A Black Friday de 2021 na internet foi a cara da inflação: a busca por itens de supermercado e de despensa disparou, e o faturamento de lojistas caiu até 5% diante da escalada de preços.
Para o comércio eletrônico, a data é a mais importante do calendário varejista. É na internet que acontece a maior parte das vendas.
Segundo a Neotrust, que capta transações de grandes redes e cobre mais de 80% do mercado digital, o faturamento deste ano foi de R$ 5,4 bilhões, alta nominal de 5,8% na comparação com 2020.
Já a NielsenIQ|Ebit calculou R$ 4,2 bilhões em vendas, alta de 5%. Ambas divulgaram os resultados, referentes a quinta (25), sexta (26) e no sábado (27).
Considerando a inflação, que registra em 12 meses a maior alta desde o começo de 2016, o faturamento caiu 4,4% e 5,1%, respectivamente. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) variou 10,67% nos 12 meses encerrados em outubro.
Em 48 horas, foram 7,6 milhões de pedidos, 0,5% abaixo do desempenho de 2020, de acordo com a Neotrust. O tíquete (valor) médio das compras foi de R$ 711, 6,4% maior do que no mesmo período do ano passado.
A Nielsen também registrou queda de pedidos (9%) e aumento do tíquete médio (de 16%, para R$ 753).
“Em geral, a Black Friday mira eletrônicos, eletrodomésticos, e o que subiu na inflação de 2021 foram combustível, energia elétrica e alimentos, por isso as vendas ficaram menores do que a inflação”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Moda e acessórios foi a categoria com mais pedidos na internet, segundo a Neotrust, seguida de beleza, telefonia, eletroportáteis e eletrodomésticos.
Como são mais caros, os celulares, eletrodomésticos e itens de informática ainda representam a fatia principal do faturamento digital.
O resultado ficou dentro da expectativa de consultorias. Um comportamento que chamou a atenção foi a busca por comida e bebida, segmento que cresceu mais de 400% na comparação com 2019.
Isso se explica por dois principais fatores: o e-commerce alimentar parte de bases baixas (há poucos anos, não era comum adquirir itens de supermercado pela internet) e as famílias procuraram abastecer a despensa com itens básicos neste ano, diante da corrosão do orçamento.
O consumo de eletrônicos, por sua vez, foi antecipado pela pandemia, que demandou computadores e celulares novos para o teletrabalho e outras atividades online.
No Mercado Livre, que representa cerca de 30% do e-commerce e não está na estatística da Neotrust, o setor de alimentos explodiu, perdendo apenas para o setor de casa e decoração. Os destaques das cestas foram leite condensado, achocolatados e cervejas.
A data também movimentou lojas físicas que vendem itens básicos, como produtos de limpeza, de higiene e alimentos não perecíveis.
*Informações Folhapress