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Ações institucionais têm o objetivo de.combater o racismo no país
O Dia da Consciência Negra, celebrado em novembro, é uma data para lembrar toda a sociedade brasileira de uma luta permanente.
Trata-se de um dia que recorda a população de um passado triste e uma realidade atual igualmente difícil, mas que serve também para exaltar conquistas e batalhas vencidas pelo povo negro na luta contra a discriminação racial e para que possamos sonhar com um futuro mais justo, com igualdade de oportunidades e sem segregação.
A Liga Nacional de Basquete afirma que sua atuação como parte fundamental nesta batalha, implementando ações que visam reduzir o racismo estrutural e a construção de uma cultura inclusiva de raça, etnia, gênero, crenças religiosas e orientação sexual.
Para isso, aproveitou o simbolismo da data para detalhar ideias que já viraram práticas e passaram a ser implementadas no último ano.
Ampla discussão
É importante ressaltar a dificuldade em combater algo histórico que é imposto desde a chegada dos colonizadores ao Brasil.
No entanto, a Liga entende que é preciso agir com uma ampla discussão com a comunidade negra para obter ações consistentes e duradouras no combate ao racismo
Em meados de 2022, passado o pior momento da pandemia pela Covid-19, a LNB começou um processo para reforçar seu time de colaboradores e adotou o critério de vagas afirmativas para qualificar o elenco que planeja, organiza e promove as principais competições de basquetebol no Brasil, em especial o NBB CAIXA.
No entanto, 2023 vem sendo o ano para aprofundamento das ações. Em fevereiro, em reunião do Conselho de Administração da Liga, os clubes assinaram acordo em favor da pauta do combate ao racismo na esfera esportiva.
No mês seguinte, foi criado o Comitê das Causas Raciais, do qual fazem parte atletas, treinadores, árbitros, juristas, especialistas na pauta ESG e outros profissionais engajados com a problemática.
O Comitê é responsável por pensar ações que combatam o racismo no âmbito do basquete brasileiro e criar iniciativas que acolham da melhor forma possíveis vítimas de atos discriminatórios.
Da experiência com as discussões no Comitê surgiu o Movimento Antirracismo LNB, um conjunto de ações para tratar tudo o que diz respeito ao combate do racismo nas quadras e fora delas. É importante ressaltar que o principal objetivo da Liga e do Movimento não é apenas entrar em ação quando ocorrer um ato racista, mas sim promover o máximo de ações preventivas para combater o racismo estrutural, reformulando o pensamento discriminatório.
Em termos práticos, o Movimento gerou o Tratado Antirracista, que será submetido à avaliação dos clubes e uma vez aprovado será acionado o protocolo antirracista em qualquer competição da Liga ou em situações que envolvam qualquer clube da entidade.
O ponto principal é o acolhimento à(s) vítima(s) assim que surge uma denúncia. Não há relativização do sofrimento de quem necessita do amparo e proteção. Na sequência, há o recebimento formal do relato da vítima para os devidos processos legais.
Assim, é feita a orientação ou o encaminhamento da denúncia para os meios competentes de julgamento, seja via tribunal esportivo ou civil.
Há desdobramentos importantes do Tratado como o desenvolvimento de um plano de ações que prevê o treinamento de árbitros e delegados de partida para que saibam como proceder em situações de racismo antes, durante e após os jogos organizados pela Liga.
“Quem cuida, ganha”
O conceito ESG surgiu pela primeira vez no ano de 2004, em um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), que, na época, foi intitulado “Quem cuida, ganha” (“Who Cares Wins”, em inglês).
Na ocasião, o documento contou com a adesão de nove países e mais de 20 instituições financeiras e estabeleceu diretrizes que relacionam questões ambientais, econômicas e sociais ao mercado de finanças. No ano seguinte, a sigla ESG foi criada e chancelada pela ONU.
Na realidade, uma agenda ESG representa um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada.
Trata-se de uma forma de medir o desempenho de sustentabilidade de uma organização em três pilares fundamentais: Meio-Ambiente (Environmental), Social (Social) e Governança (Governance).
Nos últimos anos, o conceito ganhou força no mercado de investidores e começou a se transformar em métrica de interface entre empresas, seus acionistas e público-alvo. A relevância da agenda ESG atualmente colabora para que estas empresas deem atenção também ao impacto socioambiental causado por elas e não somente ao lucro.
O desdobramento da agenda ESG na LNB
As ações contra o racismo planejadas pela Liga são elementos importantes na implementação da pauta ESG no universo do basquetebol. E neste aspecto, se junta ao Tratado Antirracista o projeto Basquete Cidadão.
Espaço importante de incentivo à prática esportiva na região de Paraisópolis, comunidade na Zona Sul de São Paulo, a iniciativa da Liga em parceria com o Instituto Brazolin e com a Federação Paulista de Basketball oferece oportunidade a jovens que sonham em vencer na vida atuando no ambiente do basquetebol, seja como atletas, ou como profissionais do ecossistema da modalidade.
Além de poderem desenvolver suas habilidades como jogadores, os moradores inscritos têm acesso a aulas e cursos profissionalizantes para a formação de árbitros, oficiais de mesa e estatísticas, funções fundamentais nas partidas da modalidade.
Personagem fundamental para o sucesso do Basquete Cidadão, a ex-árbitra internacional e delegada técnica da FIBA, Fátima Aparecida da Silva, coordena o curso de arbitragem e contribui com a formação de novos talentos.
“Aqui no Basquete Cidadão eu consigo unir as minhas duas grandes paixões: educação e esporte, que agregam a todo ser humano valores incomensuráveis. Me sinto extremamente honrada e grata por estar participando desse projeto como uma das instrutoras designadas pela Federação Paulista de Basketball”.