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Essa semana estava lendo algumas noticias e me deparei com essa crônica desse escritor que eu amo, e não conseguia pensar em nada mais além disso para dividir com vocês essa semana. Um breve resumo de como é o banheiro de mulheres, que assim como eu, amam esse espaço e não abrem mão de uma deliciosa decoração e de nenhum dos seus produtinhos e perfumes para deixar esse ambiente ainda mais agradável (minha especialidade). Não acrescento nenhuma vírgula além do que Fabricio Carpinejar escreveu para o jornal Gaúcha ZH, um relato fiel, ao menos do meu banheiro (no máximo poderia acrescentar algumas fotos. Garanto ótimas risadas:
“Banheiro é funcional para o homem, jamais para uma mulher.
Faz uma maior diferença para ela na hora de escolher um imóvel.
Eu posso ser feliz num cubículo, desde que tenha uma ducha forte e quente. Não me preocupo com mais nada. Banheiro é simplesmente banheiro, não traz nenhum atrativo adicional. Não ficarei nele mais do que 10 minutos. Meus produtos de higiene cabem na mão e só reparo que acabaram quando é tarde demais.
Já para a mulher, o banheiro é uma sala, uma extensão do quarto, um espaço de convivência, uma varanda interna, um closet dos cabelos.
O espaço físico é subjugado pela fantasia emocional. Não tem como convencê-la de que são apenas dois metros quadrados.
Há um sonho de que ele vire, um dia, camarim e que tenha um painel de luzes para a maquiagem.
Mesmo que seja um corredor, ela põe lustre no teto. Mesmo que o ambiente seja do tamanho de um trailer, coloca quadros nas paredes e nas estantes – nem aí para o risco de atingir o encanamento com o prego.
Ela entupirá a superfície da pia com objetos variados, como sabonete líquido, álcool gel, florzinhas, velas, sachês, esculturas, aromatizantes. Mal dará para enxergar a torneira. Ao lavar as mãos, desavisados certamente vão esbarrar em algo e quebrar. É como loja de decoração feita para tropeços e ressarcimentos.
O toalete será inteiramente decorado e ampliado com penduricalhos. Se há uma fresta, inventará de enfiar toalhinhas, toalhas e tapetes dobrados em espiral.
Afora a farmacologia básica, ela tem que encontrar lugarzinho de destaque para o secador, para as escovas, para a caixinha de esmaltes.
Mulher não sobrevive sem o armarinho do espelho. É como não ter alma. As prateleiras vergam pelas toneladas de cremes, xampus, condicionadores, perfumes, hidratantes e pomadas. Os frascos seguem estranha hierarquia (ou por data de validade ou por tamanho ou por frequência). Há uma ciência por trás da aparente aleatoriedade.
Com um só banheiro em casa, o marido tem que entender que é todo dela. Com a sorte de dois banheiros, pode acostumar-se a usar o das visitas sem risco de conflito e de divórcio.”
*Esta coluna é semanal e atualizada às quintas-feiras.