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Segundo o astrônomo amador, seus equipamentos do telhado conseguem flagrar pontos luminosos a 600 quilômetros de distância
Sérgio Mazzi instalou 20 câmeras em cima do sobrado onde mora (Foto: Kleber Tomaz/G1)
O clarão que surgiu no céu na madrugada de quarta-feira, dia 03 de agosto, e intrigou moradores da cidade de São Paulo foi gravado por algumas das 20 câmeras instaladas pelo astrônomo amador Sérgio Mazzi no telhado de seu sobrado na Zona Leste da capital paulista.
Apaixonado por astronomia, o geógrafo de 55 anos, que é servidor público da Justiça Federal, foi um dos responsáveis em explicar que o brilho visto em cidades paulistas e até mineiras era um meteoro, ou estrela cadente, como é popularmente conhecida.
Segundo Sérgio, que também é diretor presidente da Bramon (Brazilian Meteor Observation Network ou Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), ao entrar na atmosfera terrestre, a uma velocidade de quase 60 mil km/h, esse objeto, que deveria medir cerca de 1 metro de diâmetro, explodiu, por volta das 5h09.
40 km de altitude
Com o apoio de 80 pessoas, entre eles outros astrônomos, profissionais e amadores, como jornalistas, dentistas e policiais em outras cidades do país, a Bramon usou métodos científicos para calcular que a explosão do meteoro ocorreu quando ele estava a aproximadamente 40 km de altitude do solo, em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais.
Mas por causa do tamanho do meteoro, segundo a Bramon, o clarão pôde ser visto em Brazópolis, outra cidade mineira, e em municípios de São Paulo, como Aguaí, Hortolândia, Rio Claro, Amparo, Pedreira, Campinas, Sorocaba e São João da Boa Vista.
Em alguns dos casos, outras câmeras, algumas de segurança, também gravaram o fenômeno, que repercutiu nas redes sociais.
Vasta região
Ainda de acordo com a Bramon, os fragmentos do meteoro, que são chamados de meteoritos, devem ter caído provavelmente nos solos das cidades mineiras de Poços e Divinópolis e nas paulistas de São Sebastião da Grama e Caconde.
Morador da região de Sapopemba, Sérgio instalou a primeira câmera no telhado de casa em 2018. Depois foi colocando outras. Todas miradas para o alto ou horizonte. Segundo ele, os equipamentos conseguem flagrar pontos luminosos a 600 quilômetros de distância.
“Essas câmeras no telhado já registraram mais de 5 mil meteoros desde 2018“, disse Sérgio, que contou como surgiu a ideia de apontar as câmeras para o céu.
Caçador de meteoros
“Quando criança olhava para o alto e via os aviões decolando e pousando no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, passando por cima da casa da minha família. Achava aquela cena linda e isso levou a paixão pela astronomia, pela ciência, pela pesquisa.”
Mas segundo o caçador de meteoros de Sapopemba, o meteoro que mais trouxe repercussão nesse período foi o registrado na quarta passada.
“Esse último meteoro do dia 3 [de agosto] foi o que repercutiu mais porque foi visto por muita gente que estava saindo de casa para ir trabalhar. Ele era grande e explodiu a uma distância relativamente próxima ao solo o que causou aquele brilho intenso no céu e pode ser visto em várias cidades.”
Pontos luminosos
Os demais integrantes da Bramon também têm acesso por computadores as gravações feitas pelas câmeras de Sérgio. E foram eles que alertaram o colega a respeito do meteoro brilhante que chamou a atenção. “Me disseram que meus equipamentos gravaram algo interessante e era a explosão do meteoro”.
Os equipamentos funcionam quando aparecem pontos luminosos no céu, e emitem alertas quando eles suspeitos de serem meteoros.