“Arte e Resistência em tempos de silêncio – Teatro Amador paulista (1963-1975)”

  • Nene Sanches
  • Publicado em 22 de maio de 2023 às 20:00
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A crença de Ney Vilela na força da cultura não parece ser filha de uma ideologia salvacionista ou da inabalável marca do progresso

Doutor em História Social, Ney Vilela escreveu um livro que joga uma luz sobre um período turbulento da história cultural brasileira.

No seu escrito, ele destaca as transformações que tiveram origem no teatro amador — vibrante e contestador.

O movimento teatral amador, feito por idealistas de todas as idades, manteve viva a chama da arte e tornou possível ao teatro amador existir ainda hoje.

O livro analisa, no ambiente do movimento federativo de teatro amador paulista – no período 1963/1975) – o espetáculo amador, conhecendo a estrutura das encenações, temas e linguagens, esquadrinhando – em um diálogo instigante com os estudos culturais de Raymond Williams – as concepções e perspectivas da obra artística amadora.

O movimento por dentro

Após mostrar um pouco mais sobre atuação, autoria, iluminação, cenografia e direção amadoras – tem subsídios para encontrar o que o movimento amador trouxe de inovações para o teatro e para a televisão.

Mas não só isso: a abertura para novas posturas de comportamento social também se descortinará como parte do legado do teatro amador.

Como fontes para o trabalho de pesquisa, o autor utilizou os relatórios das finais dos Festivais de Teatro Amador do Estado de São Paulo e recortes de jornal.

Segundo ele, foram coligidos aproximadamente dois mil recortes de publicações, de um universo de 50 mil guardados pelos amadores de teatro, pela Confederação de Teatro Amador do Estado e por meia dúzia de federações de teatro amador.

Palavra de Sidnei Rocha

Segundo o presidente de honra da Fetanp, Sidnei Rocha, “a crença de Ney Vilela na força da cultura não parece ser filha de uma ideologia salvacionista ou da inabalável marca do progresso. Seu otimismo não possui, tampouco, características determinadas”.

Ex-presidente voluntário da Fetanp em anos do período retratado pelo livro, Sidnei Rocha menciona que “Ney coroou seu trabalho teórico, neste livro, em uma síntese poética. Enterneceu-me. Deu-me até a esperança de que a presença de pessoas como ele, em nosso meio, seja a premissa de tempos melhores”.

Quem é Ney Vilela?

Mauriney Eduardo Vilela (Ney Vilela)
Doutor em História Social
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Unesp de Franca
Grupo Letras e Sons – em defesa da Música Popular Brasileira


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