Argentina supera Estados Unidos como destino de calçados brasileiros

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de abril de 2018 às 16:32
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo são os estados produtores que mais vendem calçados para o exterior

A Argentina assumiu a liderança como principal destino das exportações dos calçados brasileiros. 

Ultrapassando os Estados Unidos, que registra queda acenturada nos embarques desde o ano passado, o vizinho latino-americano importou, no primeiro trimestre deste ano, 2,4 milhões de pares por US$ 39,14 milhões, altas de 14,4% e de 9,8%, respectivamente, na relação com igual período do ano passado.

No âmbito geral, entre janeiro e março, os calçadistas brasileiros embarcaram 30,47 milhões de pares que geraram US$ 250,12 milhões, quedas de 2,7% em volume e de 3,4% em receita gerada em relação ao mesmo período de 2017.

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, avalia que a valorização do real sobre o dólar, que tende a se intensificar durante o ano em função da recuperação econômica e os consequentes aportes de investimentos externos, tem tido influência significativa nos embarques de calçados.

“O fato é que o câmbio, num contexto de competitividade enfraquecida por questões estruturais e alta carga tributária, é um atenuante, pois nos dá oportunidade de praticar um preço mais competitivo no exterior. Com a tendência de o dólar cair a R$ 3, ou até mais durante o ano, teremos problemas significativos nas exportações”, projeta o executivo.

A menor taxa de embarques aos Estados Unidos também tem sua origem na oscilação do câmbio.

“Como os Estados Unidos, nosso principal destino desde os primeiros embarques, no final da década de 60, é um mercado muito sensível ao preço e portanto vêm diminuindo suas compras brasileiras desde 2017, acabou sendo ultrapassado pela Argentina no primeiro trimestre”, avalia, ressaltando que, no ano passado, as exportações para os EUA já haviam caído 14% (tanto em pares como em valores).

No primeiro trimestre, os norte-americanos compraram 2,8 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 37,13 milhões, quedas de 11,5% em volume e de 22,6% em receita na relação com igual ínterim de 2017.

Nos três primeiros meses do ano, o Rio Grande do Sul foi a principal origem do calçado exportado, originando 6,88 milhões de pares que geraram US$ 113,54 milhões, números 0,2% maiores em volume e 0,1% menores em receita na relação com igual período de 2017.

A segunda origem foi o Ceará, que exportou 12,69 milhões de pares por US$ 66,97 milhões, altas de 4,4% em volume e queda de 0,1% em valores em relação ao ano passado.

O terceiro principal exportador do período foi São Paulo, onde foram embarcados 1,43 milhão de pares que geraram US$ 23,9 milhões, quedas de 28,8% e de 20,4%, respectivamente, na relação com igual período de 2017.


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