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Secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável confirma uma queda muito grande na procura por Capitólio como destino turístico
A represa da hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, atingiu o maior nível desde julho de 2016. A cheia do reservatório é uma boa notícia para o turismo das 34 cidades banhadas pelo lago.
Mas Capitólio, principal destino turístico da região, ainda sofre para reconquistar turistas após parte de um cânion se soltar, atingir lanchas e causar dez mortes, em janeiro deste ano.
Segundo Lucas Barros, secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Capitólio, responsável pelo setor de turismo, houve uma queda muito grande na procura pela cidade como destino turístico. Para ele, impactou a falta de informação sobre os atrativos do município.
“Assim que aconteceu o acidente, a gente fechou um local, um atrativo [os cânions], mas foi amplamente divulgado que Capitólio estava fechada para o turismo. A gente nunca esteve fechado para o turismo”, diz ele.
Impacto negativo
Outros fatores contribuíram para o impacto negativo: as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais e danificaram estradas e a alta dos casos de Covid no país.
Neste Carnaval, de acordo com o secretário, a expectativa é que pessoas de cidades mais próximas procurem Capitólio como um destino de última hora devido à melhora das condições climáticas.
Bruno Maia, dono de uma agência de turismo na cidade, diz que o movimento para o Carnaval ainda é bem fraco e reflete os diversos cancelamentos feitos desde janeiro.
“Estamos passando por uma situação muito difícil, a fatalidade nos cânions destruiu toda uma rede de turismo”, afirma. Segundo ele, todos os pacotes agendados para janeiro, fevereiro e março foram cancelados. Para abril, apenas um está mantido, por enquanto.
Agências de turismo
Para tentar retomar o movimento turístico na região, Bruno e outras pessoas que atuam no setor organizaram um evento na última semana, voltado para donos de agências de turismo de todo o país.
O objetivo foi levar os profissionais para a cidade, para conhecer os atrativos e mostrar que o turismo está funcionando. O evento reuniu 150 agências de quatro estados.
“Para a gente se recuperar, temos que tomar uma atitude e eu acredito que essa iniciativa que tivemos vai ter um efeito muito positivo. Conseguimos mostrar que a região do lago de Furnas está funcionando e que a segurança aqui é essencial e está em primeiro lugar”, afirma o empresário.
O governo estadual também desenvolve ações para a retomada do turismo na região, em parceria com prefeituras e outros órgãos como Polícias Civil e Militar, Bombeiros, Defesa Civil e Marinha. No início de fevereiro, foi lançado o projeto “Reviva Capitólio ” e “Viva o Mar de Minas”.
Ocupação dos cânions
“A ação engloba temas como ordenamento, capacitação e regulamentação de uso e ocupação dos cânions e suas águas, com o objetivo de promover a segurança de trabalhadores e turistas, além de fortalecer o turismo na região”, afirma o governo em nota.
O projeto conta com um investimento de R$ 5 milhões. A primeira fase, que está em curso, consiste em avaliações geológicas e estruturais detalhadas da localidade.
De acordo com o secretário Barros, o aumento do nível do lago de Furnas pode potencializar a retomada do turismo. Ele diz que Capitólio teve um crescimento turístico forte desde 2014 e que poucas vezes a represa esteve tão cheia como agora, o que faz com que as belezas naturais ganhem ainda mais destaque.
No ano passado, Furnas registrou níveis muito baixos, chegando a ter o menor volume útil para o mês de setembro desde o apagão de 2001. Mesmo assim, a cidade ainda atraía turistas. Em feriados, a população chegava a quadruplicar, antes da tragédia.
Represa de Furnas
Atualmente, a altura registrada no lago de Furnas está em 765 metros acima do nível do mar e com um volume útil de 76,78%, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
De acordo com a Alago (Associação dos Municípios do Lago de Furnas), o nível ideal a ser mantido no lago é de 762 metros acima do nível do mar, para que as atividades econômicas como o turismo e a piscicultura não sejam prejudicadas.
Para Fausto Costa, secretário-executivo da Alago, é importante manter um controle da vazão da água para a geração de energia elétrica, para que o lago não fique abaixo desse nível no período de escassez hídrica e a manutenção do uso múltiplo das águas seja garantida.
“A nossa região, se tiver água, é suficiente para gerar riquezas e atender a parte social tanto quanto gera os dividendos da hidroeletricidade. Nós temos um potencial enorme, mas só conseguimos desenvolver o turismo com o lago cheio e com planejamento, porque o turismo é uma atividade que leva de médio a longo prazo para se colher os frutos”, afirma.
(Com informações do portal O tempo)