Após 7 anos em queda, mortes em rodovias federais voltam a subir: MG lidera

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  • Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 12:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:19
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O DF foi uma das unidades federativas que menos teve mortes nas estradas em 2019, segundo a PRF

O ​número de vítimas (mortos e feridos) em acidentes nas rodoviais federais do país aumentou em 2019. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registrados 55.756 acidentes, um aumento de 3,3% em relação a 2018, que teve 53.963 casos. 

No ano passado, morreram 5.532 pessoas nas estradas – um crescimento de 1,2%.

Esse foi o primeiro aumento em sete anos. De 2012 a 2018, as mortes nas rodovias federais tiveram queda de 39,2%, com sucessivas reduções a cada ano.

Minas Gerais foi o estado que mais registrou acidentes com vítimas em 2019: 3.169. A segunda posição fica com o Paraná, com 3.120 casos, seguido do Rio de Janeiro, com 2.989. 

O Distrito Federal ocupou o 20º lugar, com 399 acidentes. As três unidades federativas com rodoviais mais seguras (em números absolutos) foram: Amazonas, com 48; Amapá, 73; e Acre, com 145 casos.

As estradas que mais mataram estão concentradas na Bahia, com 236 óbitos. O Rio de Janeiro aparece com 198 mortes, seguido do Paraná, com 131. 

As rodovias de Minas Gerais, a campeã de acidentes, por sua vez, mataram 121 pessoas. No DF, 20 pessoas perderam a vida ao passo que 378 ficaram feridas.

Radares móveis

O aumento no caso de vítimas nas estradas ocorreu no mesmo período em que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), mandou suspender a fiscalização por radares nas rodovias federais. Em agosto, Bolsonaro determinou que a PRF deixasse de usar radares móveis nas vias.

Em dezembro, a Justiça mandou que os aparelhos fossem recolocados. O governo cumpriu a determinação, mas Bolsonaro ordenou que os radares passassem a ser usados apenas com “fins educativos” – sem multas.

Embora não seja possível, com os dados crus, estabelecer com precisão uma relação entre a falta de fiscalização e o número de acidentes com vítimas, a elevação dos indicadores dá força a uma crítica repetidamente esgrimida contra o governo no momento do anúncio da suspensão do uso dos aparelhos – justamente a previsão de que isso poderia resultar em mais acidentes.

Principais causas

O número geral de acidentes – com ou sem vítimas – registrados foi de 67.427, uma queda de 2,6% em relação a 2018. 

De acordo com os dados da PRF, as principais causas de acidentes rodoviários em 2019 foram: falta de atenção (37,1%), desobediência às normas de trânsito (12%), velocidade incompatível com a permitida (8,9%) e consumo de álcool (8%).

Em números absolutos, a BR-116 e a BR-101 são as rodovias que concentraram o maior número de mortes no ano passado (670 e 656, respectivamente). Ambas atravessam o país do Sul ao Nordeste e são as maiores em extensão no Brasil.

*Metrópoles


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