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Ele é um dos 131 estudantes de graduação com mais de 40 anos que ingressaram na universidade de Campinas entre 2019 e 2023.
Após 30 anos trabalhando em metalúrgicas, Claudio Valente, 58 anos, deu início, em 2019, ao antigo sonho de cursar medicina.
E o melhor: em uma universidade pública. Hoje ele está no quinto e penúltimo ano da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e lembra com carinho e orgulho de sua trajetória até aqui.
Valente cursou escola técnica e começou a trabalhar aos 17 anos, na área da metalurgia. “Sempre tive uma queda por medicina, mas o curso era integral e não dava para trabalhar ao mesmo tempo. Então, nem cheguei a fazer cursinho para tentar”, lembra.
Já no mercado de trabalho, ele decidiu fazer engenharia em uma faculdade particular de Santos, uma das poucas cidades que tinham a opção noturna do curso. O jovem, então, morava em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e descia a serra em um ônibus fretado todos os dias para estudar.
Palavra do estudante
“Eu mesmo pagava e logo consegui uma vaga melhor, de engenheiro de manufatura na Volkswagen. Fui promovido a supervisor e virei gerente, cargo que exerci por muitos anos”, conta ele.
Casou-se jovem e teve três filhas, hoje com 30, 28 e 27 anos, todas formadas. Depois, veio um menino, filho temporão e xodó da família, que tem dez.
“Como tive muitas oportunidades, não me preocupei com essa questão da medicina. Ficou esquecida. Até que chegou a oportunidade de me aposentar e eu entrei em um programa de demissão voluntária.
Valente saiu da empresa em um dia e começou o cursinho no outro, com o apoio de toda a família, mas, principalmente, da mulher, Mônica.
Primeira opção
A integração com todos aqueles jovens que tinham acabado de sair do ensino médio não foi fácil, mas o metalúrgico logo foi abraçado por um grupo de meninas, que o acolheram. “Eu ficava no grupo da Luluzinha e foi importante ter com quem conversar no intervalo.
Valente não passou de primeira, mas seu desempenho nas provas o fez acreditar que era possível conseguir a vaga. E a Unicamp era a sua primeira opção, já que desejava levar uma vida mais tranquila, fora da metrópole.
“Nesse segundo ano, eu já me sentia como se tivesse saindo do ensino médio, com a matéria fresca na cabeça.”
Segundo o portal Notícias R.7, passou na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na sonhada Unicamp (com uma concorrência de 330 candidatos por vaga), e é um dos 131 estudantes de graduação com mais de 40 anos que ingressaram na universidade de Campinas entre 2019 e 2023.