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Segundo cientistas da Alemanha, injeção na testa ajudaria a diminuir emoções negativas em pessoas com transtornos mentais
A toxina botulínica, utilizada para diminuir rugas e linhas de expressão, pode ajudar contra depressão – foto Freepik
A toxina botulínica, conhecida como botox, é uma injeção utilizada para amenizar rugas e linhas de expressão.
Porém, pesquisadores da Escola de Medicina de Hannover (MHH), na Alemanha, parecem ter achado outra utilidade para o produto: eles sugerem que quando a substância é aplicada na testa, ajudaria a controlar problemas relacionados à saúde mental, como depressão e ansiedade. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.
A pesquisa foi realizada utilizando ressonâncias magnéticas. A partir das imagens captadas, os médicos observaram os efeitos da toxina botulínica nos neurônios de pacientes com depressão e transtorno de personalidade borderline, caracterizado por oscilações extremas de humor.
De acordo com os cientistas, a aplicação do produto influencia o funcionamento da amígdala cerebral, grupo de células com formato de amêndoa localizado no lobo temporal do cérebro. É nesta região que os medos são formados e processados.
A relação entre as expressões faciais e o estado psicológico é explicada pela ciência por meio da “teoria do feedback facial”: segundo ela, aquilo que sentimos se reflete imediatamente no rosto.
A hipótese dos pesquisadores é que, ao paralisar o ciclo de feedback entre os músculos da testa e o cérebro, o botox seria capaz de alterar a resposta emocional.
“Quando a testa está relaxada, ela transmite uma sensação mais positiva ao organismo, por assim dizer”, explica o professor de medicina psiquiátrica e líder do grupo de pesquisa, Tillmann Krüger.
Banco de dados
Em um estudo realizado anteriormente, Krüger e equipe usaram informações de 40 mil pessoas inseridos em vários bancos de dados para avaliar como os pacientes se sentiam nos dias que seguiam a aplicação do botox.
Os pesquisadores observaram uma tendência de melhora no humor dos participantes com borderline e depressão que aplicaram a injeção na região glabelar (área da testa entre as sobrancelhas).
Os voluntários apresentaram diminuição das emoções negativas quatro semanas após a realização do procedimento, e as afirmações dos participantes foram confirmadas pelos exames de imagem.
Também foram analisados os efeitos antidepressivos em pessoas que fizeram tratamento com acupuntura.
Apesar de os pacientes terem apresentado melhora nos sintomas clínicos, os efeitos cerebrais não foram observados nas ressonâncias magnéticas.
O grupo de pesquisadores, que também conta com participantes dos Estados Unidos, supõe que os mesmos efeitos antidepressivos do botox possam ser apresentados quando as injeções são realizadas em outras áreas do rosto.
*Informações Metrópoles