Apesar do aumento dos preços, consumo de café cresce 5% no Brasil em 2018

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  • Publicado em 10 de fevereiro de 2019 às 00:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:22
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Volume alcançou 21 milhões de sacas de 60 quilos, 4,8% mais que entre novembro de 2016 e outubro de 2017

O aumento expressivo dos preços não conteve o crescimento do consumo de café no mercado brasileiro no ano passado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), entre novembro de 2017 e outubro de 2018, o volume alcançou 21 milhões de sacas de 60 quilos, 4,8% mais que entre novembro de 2016 e outubro de 2017.

“Estou aqui há 25 anos e nesse período não tivemos um crescimento tão expressivo no volume de consumo de café”, disse Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic, que se surpreendeu com o resultado. Parte da surpresa decorre de uma tendência de alta de preços ao consumidor que, entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2018, foi de 36,8%, para R$ 30,40 por quilo.

Para Herszkowicz, o avanço do consumo reflete o “protagonismo” do produto no universo de bebidas saudáveis e a melhora da qualidade da bebida. “Apesar do aumento de preços, substancial, o café ainda representa uma opção ao consumidor que procura qualidade e paga por ela. E, mesmo mais caro, o café ainda é uma opção mais barata que outras bebidas, considerando o valor por xícara”.

Pelas mesmas razões, para 2019 o dirigente, que cita dados da Euromonitor como referência, estima um crescimento de 3,5% no consumo interno, patamar anual que deverá ser mantido até 2021. No caso das cápsulas, o incremento médio anual deverá atingir 9%, ao passo que para o café em grão tende a ficar em 4%. Já o consumo de café gourmet deverá registrar alta de 15% neste ano em relação a 2018.

“O consumidor está sentindo a melhor qualidade do produto. E isso vai acontecer mais ainda neste ano, já que a safra [2018/19] foi boa e a próxima também deve ser”, afirmou.

A Abic deixou de considerar em suas contas de consumo o volume atribuído a empresas não cadastradas. Passou a levar em conta somente os dados das empresas associadas, não associadas e de café solúvel. “Se não fosse a mudança de metodologia, poderíamos falar em recorde de volume e de percentual”, disse.

Segundo Herszkowicz, a Abic tem 405 empresas associadas, que respondem por 73,5% do consumo interno de café torrado e moído — o equivalente a 14,6 milhões de sacas. As não cadastradas, que têm o volume de produção estimado com base em informações de mercado ou em comparação com empresas do mesmo porte, representam aproximadamente, 1,9 milhão de sacas.

“Esses números são utilizados pela Organização Internacional do Café (OIC) e pelo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.


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