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Estudos apontam que jovens entre 18 e 25 anos estão fazendo menos sexo; sexólogo analisa os fatores por trás deste cenário
Relacionamentos afetivos entre os jovens estão passando por transformações – foto Freepik
Estudos recentes realizados pelo Instituto Karolinska em parceria com a Universidade de Washington apontaram para um fenômeno entre os jovens da geração Z, denominado de “apagão sexual”.
O dado mais impactante revela que uma parcela expressiva dessa geração relatou não ter tido relações sexuais no último ano, sinalizando uma mudança significativa nos padrões comportamentais.
No contexto brasileiro, a pesquisa Mosaico 2.0 corroborou essa tendência, destacando que os jovens entre 18 e 25 anos são os que mais consideram o sexo de pouca ou nenhuma importância em suas vidas.
Segundo o sexólogo e co-fundador da Dona Coelha, Renan de Paula, a diminuição do interesse sexual entre os jovens pode ser atribuída a uma série de fatores, refletindo as transformações sociais e tecnológicas.
Em uma época em que temas como não-monogamia, dating burnout e bem-estar sexual estão mais presentes do que nunca, as relações sexuais assumem uma diversidade até então inédita.
Para Renan, o sexo não é mais limitado ao modelo heteronormativo entre duas pessoas.
Atualmente, ele se apresenta de maneira plural, podendo ser experimentado de forma individual, com parceiros variados, com auxílio de brinquedos ou até mesmo de maneira virtual, por meio de plataformas de encontros online, chats em tempo real e venda de conteúdo adulto, como o fenômeno OnlyFans.
Transformações nos relacionamentos
O sexólogo destaca que a hiperconectividade proporcionada pela tecnologia tornou mais fácil a busca pelo prazer, com a disponibilidade constante de conteúdo erótico e a facilidade de conexão com outras pessoas.
Contudo, esse cenário também levanta questões sobre o conceito de intimidade, que está gradativamente deixando o ambiente privado e se tornando mais público.
Renan faz uma reflexão sobre a mudança nas dinâmicas de relacionamento, citando as ideias do sociólogo Zygmunt Bauman sobre as “relações líquidas”.
Ele ressalta que, embora as transformações sejam marcantes, não há razão para pessimismo.
O sexólogo acredita que com o amadurecimento das tecnologias e da própria geração, novas formas de relacionamento e intimidade continuarão a surgir, e embora diferentes, não necessariamente erradas.
O “apagão sexual” na geração Z pode ser um reflexo das rápidas mudanças sociais e tecnológicas, mas o profissional sugere que o importante é encarar essas transformações como oportunidades para repensar e reinventar as relações, sempre mantendo um olhar otimista para o futuro.
*Informações Alto Astral