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No momento em que ciência se mostra mais valiosa, governo nega bolsa a trabalhos de mais de 2.500 pesquisadores, inclusive ligados à covid
De 3.08 projetos aprovados, 2.684 projetos foram selecionados, mas apenas 396 vão receber bolsa pesquisa
Entre seus muitos paradoxos, o Brasil hoje reforça o desmonte da pesquisa científica exatamente numa conjuntura global em que a covid-19 provou o quão crucial é a ciência para a humanidade.
Em 2021, apenas 12,8% de 3.080 projetos de pós-doutorado no país vão receber bolsas de pesquisa científica. Ou seja, somente 396 pesquisadores poderão dar continuidade a seus estudos acadêmicos.
As bolsas para os profissionais mais especializados do país são concedidas pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), órgão ligado a Ministério da Ciência e Tecnologia.
É o CNPq que viabiliza o avanço de pesquisas científicas no Brasil com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
O valor das bolsas varia, sendo de R$ 2.200 para doutorado e de R$ 4.100 a R$ 5.200 para pós-doutorado.
O único edital lançado em 2021 reservou um montante orçamentário baixo para as bolsas já na largada, de apenas R$ 35 milhões.
Entre as 4.279 propostas submetidas à análise do CNPq, 3.080 foram “avaliadas com mérito”, mas apenas 396 aprovados por conta de “limites orçamentários”, informou o Conselho à DW Brasil.
A divulgação do resultado do edital surpreendeu os pesquisadores brasileiros que, indignados, começaram a se organizar para tentar alguma reversão institucional da situação, cobrando respostas do governo.
Na prática, 2.684 projetos foram selecionados, mas não receberão verbas.
Os pesquisadores denunciam que inúmeros projetos de pesquisas inovadoras deixarão de ser conduzidas, inclusive relacionadas ao desenvolvimento de fármacos para o combate da covid-19.