Analista educacional do Sesi-SP comenta o conteúdo do primeiro dia de Enem

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 26 de novembro de 2021 às 21:00
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Especialista cita pontos de destaque do exame que coincidem com proposta curricular do próprio Sesi 

Enem

Especialista cita pontos de destaque do exame que coincidem com proposta curricular do próprio Sesi

Milhões de estudantes prestaram no último domingo a primeira prova do Enem 2021. Neste domingo, será realizada a segunda avaliação.

Os focos foram Ciências Humanas, Linguagens e Redação. As questões do Enem são conhecidas tanto pela variedade de textos empregada em seus suportes quanto pela abordagem contextualizada e este ano não foi diferente, contando com amostras de gêneros de diversos campos de atuação em seu repertório.

A prova de Linguagens contou com temas recorrentes, como a variação linguística e as funções da linguagem, mas também inovou abordando contextos de produção e recepção em espetáculos de dança com computação gráfica e confecção de objetos artísticos a partir de resíduos, entre outros recortes.

Para Luiz Fernando Queiroz Melques, analista técnico-educacional do Sesi-SP, repensar a circulação e a relação entre diferentes linguagens e manifestações artísticas requer dos respondentes a compreensão de que os significados são “construídos coletivamente”, vindo ao encontro da proposta curricular do Sesi-SP para esta área de conhecimento.

Outras disciplinas

As questões de Ciências Humanas, por sua vez, deixaram de lado os mapas e os gráficos, focando textos escritos de diferentes fontes.

Os registros abarcaram um amplo leque de temáticas, não se furtando a debates da cena contemporânea, como o racismo e a participação social, bem como considerando a realidade de diferentes grupos na história e na sociedade, como os povos indígenas e os refugiados.

Por outro lado, os efeitos da pandemia e as alterações climáticas, temas em alta no momento, não foram contemplados pelos itens da área.

A prova exigiu, portanto, estratégias de leitura atenta e capacidade de reflexão para a identificação e compreensão de fenômenos linguísticos, artísticos, culturais e sociais em contextos diversos, tal como previsto nas expectativas de ensino-aprendizagem do currículo do Sesi-SP.

Vale lembrar que o Para Gabaritar, em diálogo com o material didático, foi um grande aliado dos alunos para esta prova, tendo contemplado a maior parte dos temas abordados e oferecido valiosas dicas para a produção do texto argumentativo-dissertativo.

Quanto à esperada proposta de Redação, percebemos que o tema (Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil), como na maioria das vezes, desviou das grandes apostas.

Histórico

No entanto, a abordagem dada não fugiu ao histórico do Enem de preocupação com a garantia de acesso a direitos, considerando as diferentes realidades existentes na população brasileira. Nesse sentido, o tema possibilitou a mobilização do repertório dos estudantes para a construção de argumentos e proposição de intervenções em prol da cidadania.

O trabalho com a cidadania, igualdade e equidade ocupa um papel de destaque no currículo do Sesi-SP, que promove, em toda sua abrangência, a construção de uma cultura democrática na escola.

Assim, argumentar e defender uma postura ética e crítica diante de problemáticas sociais acaba não se restringindo aos objetos de conhecimento da Língua Portuguesa.

A perspectiva transdisciplinar, nesse caso, tende a oferecer uma visão mais complexa dos fenômenos, acionando e relacionando diferentes saberes em busca de soluções mais representativas e eficazes.

Assim como ocorre nas investigações e produções do Eixo Integrador Interáreas Pesquisa em Foco e nas demais propostas de pesquisa e intervenção que são estimuladas em todos os componentes curriculares ao longo do Ensino Médio.

Ao focar um grupo majoritariamente invisibilizado, o tema da Redação do Enem 2021 exige dos estudantes atenção para a situação de vulnerabilidade dessas pessoas sem registro e os diversos efeitos decorrentes dessa falta.

Isso permite vários recortes, que vão desde o acesso à educação básica e ao sistema único de saúde até, considerando a realidade recente do país, o direito ao auxílio emergencial e à vacinação.

Nesse momento, outras referências, como a pobreza extrema, o isolamento de territórios, o reconhecimento de paternidade, a situação dos refugiados e a importância do voto e do Censo, entram em jogo paralelamente, de acordo com os repertórios mobilizados por cada estudante.


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