Alta de 42,97% no preço do calçado puxa inflação de fevereiro em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de março de 2018 às 00:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:37
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Índice de Preços ao Consumidor apresentou aceleração de 0,13% no período em comparação com janeiro

O preço do calçado masculino subiu 42,97% em fevereiro em comparação ao
mês de janeiro deste ano em Franca, segundo o Instituto de Economia da
Associação do Comércio e Indústria (ACIF). O aumento do item somado ao material
escolar, com alta de 58,76%, contribuiu para a inflação no município, que
apresentou aceleração de 0,13% no período.

Esta é a primeira vez que a ACIF analisa o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) em Franca. Segundo o economista da associação Adnam Jebailey,
a explicação para o aumento no preço do calçado está relacionada ao período de
pausa da indústria no fim de 2017. “Durante o mês de dezembro há uma demissão
em massa da indústria calçadista e uma contratação em massa entre o final de
janeiro e o começo de fevereiro. O lojista compra esse calçado para os
consumidores e faz um grande estoque no Natal, que é totalmente consumido.
Agora, no começo do ano, ele está com um estoque diminuto, enquanto as fábricas
não retornaram ao processo produtivo”, afirma.

Os consumidores sentem a variação positiva e reclamam dos preços. Para o
vendedor Iron Júnior, por ser conhecida como a capital do calçado, os preços
dos produtos deveriam ser mais atrativos em Franca. “Tanto no varejo quanto no
atacado é muito caro. As empresas estão aqui, a mão-de-obra é feita aqui. Tem
gente que compra fora e, às vezes, sai mais barato do que aqui”.

Segundo Jebailey, na hora do compra, o consumidor precisa ponderar a
qualidade do produto que está sendo oferecido. O economista compara os itens da
China, encontrados nas lojas, que levam materiais menos caros em sua produção. “O
sapato de couro leva um insumo produtivo de maior valor, que acaba impactando
no valor final do preço calçadista. Enquanto isso, a China invade os mercados
mundiais, oferecendo produtos de menor qualidade e com preços mais baixos.
Então, isso altera a percepção do consumidor, impactando a visão dele com a
crença de que o calçado francano é mais caro.”

A qualidade é um dos quesitos avaliados pela auxiliar administrativa
Isadora Melo na hora de escolher um calçado. Ela diz que apesar de achar o
produto caro, leva em conta a categoria para pagar por um item mais durável, de
melhor custo-benefício. “Está um pouquinho puxado, mas a gente leva em
consideração a qualidade. Como a qualidade é boa, a gente acaba levando. Senão,
não tem como comprar. Se não pensar na qualidade, acaba desistindo”, afirma.


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