Alopécia genética: entenda a condição e por que afeta homens e mulheres

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 27 de março de 2025 às 22:00
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O tratamento envolve o uso de medicamentos que ajudam a retardar a progressão da doença e estimular o crescimento capilar

Tanto homens quanto mulheres podem sofrer de alopecia genética – foto Arquivo

 

Um tipo de calvície, a alopécia androgenética é uma condição genética que leva ao afinamento progressivo dos fios e à perda capilar.

Segundo a dermatologista Marcia San Juan Dertkigil, especialista em tricologia médica, a principal causa da condição é a ação do hormônio diidrotestosterona (DHT) nos folículos capilares, provocando sua miniaturização até a interrupção do crescimento.

Nos homens, a queda geralmente ocorre na forma de “entradas” e diminuição dos fios no topo da cabeça, podendo evoluir para calvície total.

Já nas mulheres, a perda é mais difusa, com alargamento da risca central do cabelo, mas sem formação de áreas completamente calvas.

A dermatologista Fabiola Bordin, especialista em dermatologia pelo Hospital do Servidores do Estado do Rio de Janeiro, destaca que a predisposição genética pode vir tanto do lado materno quanto paterno.

Além do fator genético, alguns hábitos agravam a condição, como tabagismo e exposição solar excessiva.

Embora afete ambos os sexos, a alopecia androgenética é mais comum em homens devido aos níveis mais elevados de hormônios masculinos.

Como tratar a alopecia androgenética?

O tratamento envolve o uso de medicamentos como finasterida e minoxidil, que ajudam a retardar a progressão da doença e estimular o crescimento capilar.

No entanto, esses medicamentos podem apresentar efeitos colaterais, como espessamento de pelos corporais, inchaço e, em alguns casos, impactos na libido e na função erétil.

O transplante capilar é uma opção para casos avançados, mas deve ser combinado com o uso contínuo de medicamentos para manutenção dos resultados.

A única maneira de evitar a progressão da doença e a calvície é fazendo o tratamento com medicamentos orais ou tópicos em casa e tratamentos de consultório.

Eles fazem o folículo ficar “mais ativo”, aumentando a quantidade de fios e o seu volume.

Procedimentos com laser, terapia regenerativa e eletroporação de medicamentos diretamente no couro cabeludo aceleram bastante a recuperação dos fios.

“Muitas vezes, o paciente chega ao consultório achando que já precisa de implante capilar e conseguimos reverter o quadro”, afirma Bordin.

O tratamento em casa é para a vida toda. Se o paciente suspende o uso dos medicamentos, o resultado desaparece em poucos meses.

“Existem poucos laseres que realmente funcionam, mas estes poucos já geram grande resultado. E a infusão de medicamentos pela MMP ou pela eletroporação (sem uso de agulhas) é uma das grandes diferenças dos últimos anos”, acrescenta a especialista.

“Finasterida e dutasterida devem ser evitados em pacientes com história de câncer de mama. Também podem gerar diminuição do volume espermático”. Não geram infertilidade, mas, se o homem já tem um espermograma alterado, pode dificultar a chance de gestação”.

“Estes efeitos não ocorrem apenas durante o uso do medicamento. Também são relatados (pequena chance, mas pode ocorrer) diminuição da libido e ereção”, alerta Bordin.

Procedimentos complementares

Além dos tratamentos medicamentosos, procedimentos como laser e infusão de medicamentos no couro cabeludo têm mostrado bons resultados nos últimos anos.

Segundo Bordin, a aplicação direta dessas substâncias melhora a eficácia do tratamento e reduz os efeitos colaterais.

Hábitos como o uso de shampoos adequados, alimentação balanceada e controle do estresse também podem ajudar a preservar a saúde capilar.

O acompanhamento médico é essencial para definir a melhor abordagem para cada paciente.

*Fonte CNN


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