Agrishow cobrará programas de incentivo à indústria e agronegócios

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de abril de 2018 às 01:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:39
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Empresários dizem que setor agrícola tem sustentado o país na crise e pedem desoneração fiscal

Os organizadores da Agrishow
2018 dizem que vão cobrar dos pré-candidatos à presidência da República
propostas de incentivo à indústria e ao agronegócio, principalmente desoneração
fiscal, justificando que os produtores rurais vêm “sustentando” o país durante
a crise nos últimos anos.

Apesar de ser direcionada ao setor agrícola, a feira que
acontece há 25 anos em Ribeirão Preto costuma receber políticos do todo o país.
Em 2015, por exemplo, o presidente Michel Temer esteve no evento, quando ainda
ocupava a vice-presidência.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan afirmou que um
documento com as principais reivindicações já está sendo entregue aos
postulantes ao Executivo federal.

Marchesan explicou que medidas adotadas pelos governos
nos últimos 35 anos levaram ao que chama de “desindustrialização” do país, e
defendeu a volta do crescimento do setor. Mas, para isso, segundo o empresário,
são precisos ajustes econômicos. “Nós
sabemos que a indústria é a que mais agrega impostos, a que mais agrega renda e
a que melhor paga o trabalhador. Mas, ela perdeu a importância. Ela tinha 20%
de participação no PIB e hoje tem 10%. Nem por isso, deixa de recolher 20% de
impostos”, criticou.

O presidente da Abimaq citou
ainda a reforma tributária nos Estados Unidos, afirmando que está diretamente
ligada à geração de empregos, a partir do momento em que permite à indústria
ampliar os investimentos. “O presidente
Donald Trump, quando fez essa reforma tributária, falou quatro palavras que não
saem da minha cabeça: job, job, job, job. Quer dizer: trabalho, trabalho,
trabalho e trabalho. É isso que precisamos para o Brasil, que o povo brasileiro
volte a trabalhar”, disse.

Presidente de honra da
Agrishow, o empresário Maurílio Biagi também defendeu a adoção de programas de
incentivos ao agronegócio, afirmando que, apesar das dificuldades, o setor vem
sustentando a economia nos anos de crise. “Eu falo isso com certa tristeza
porque, na verdade, a gente vem perdendo espaço em relação a outros segmentos
da economia brasileira. A agricultura tem sido o esteio do Brasil, tem sido a
atividade econômica que tem mantido o Brasil”, afirmou.

O discurso é replicado pelo
atual presidente da Agrishow e vice-presidente da Associação Brasileira do
Agronegócio (Abag), Francisco Matturro, explicando que o setor continuou
crescendo porque se “descolou” da política. “O Brasil é o único país do mundo
que pode fazer duas safras por ano, e faz. Em alguns lugares, já fazemos três.
Nós temos gente – com adoção de tecnologia, integração lavoura-pecuária e, em
alguns casos também a floresta – fazendo quatro safras por ano. Mas, essa safra
não começou a ser plantada agora. O agricultor vem fazendo a lição de casa todo
dia.”

A
25ª Agrishow acontece entre 30 de abril e 04 de maio, e espera receber cerca de
150 mil visitantes de 70 países. A expectativa dos organizadores é que o volume
de negócios alcance R$ 2,3 bilhões, o que representa 8% de aumento em relação
ao ano passado.


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