Agricultores tentam evitar prejuízos durante geada na região de Ribeirão Preto

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de julho de 2019 às 21:49
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:39
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Atentos à previsão do tempo, produtores têm passado as madrugadas de olho nas lavouras

Preocupados
com a queda repentina de temperatura nos últimos dias, agricultores da região
de Ribeirão Preto buscam alternativas para evitar que a geada frequente nas
madrugadas prejudique a produção de frutas, verduras e legumes.

No
domingo, 07 de julho, os termômetros chegaram a marcar 1,6°C em Sertãozinho e
2,3°C em Barretos, segundo o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas
(Ciiagro). O frio intenso até rompeu cabos de energia elétrica em Jaboticabal e
Monte Alto.

As
hortaliças são as mais sensíveis à mudança climática. Produtor rural em
Barrinha, Carlos Suzuki diz que está monitorando os cinco hectares de plantação
durante as madrugadas.

Quando
a temperatura cai muito, Suzuki aciona o sistema de irrigação. “Quando a gente
aplica água, a temperatura na irrigação é maior que a do ambiente. Então,
estando a três, quatro graus, já acontece o fenômeno da geada. A água estando a
oito, nove ou dez graus ajuda a não congelar as folhas, porque forma um vapor”,
explica.

Suzuki afirma
que os pés de couve são mais resistentes, mas só 35% da área total plantada na
propriedade dele é desse tipo de hortaliça.

Por isso, o
agricultor tem passado os últimos dias atento à previsão do tempo e à
possibilidade de geada. “Eu vi por aplicativo do tempo e pela televisão. A
gente acompanha sempre, porque depende do tempo diretamente. Tem que ficar
atento ao clima. Sempre causa preocupação, porque a gente depende da lavoura
para sobreviver”, diz.

Produtor de
tomate orgânico em Ribeirão Preto, Paulo Henrique Vitor compartilha da mesma
angústia de Suzuki, ainda mais porque a colheita do fruto está próxima: são
cinco meses de trabalho árduo que podem ser perdidos em uma única noite. “Produtor
rural tem que estar sempre ligado na previsão do tempo e a gente busca não só
uma fonte, mas duas ou três, para ter uma precisão melhor. A gente já está se
prevenindo, porque ter uma estufa hoje em dia é muito caro”, afirma.

Entre as
técnicas usadas por Vitor para impedir que a geada prejudique os tomates está o
uso de aspersores para derreter o gelo sobre as folhas e a aplicação de
potássio, que age dentro do fruto, salinizando a parte líquida e dificultando o
congelamento. “A gente estima colher três
toneladas de tomates orgânicos. É a safra que está correndo agora na fazenda,
na nossa área de cultivo. A única coisa que tenho plantada agora é tomate e
preciso colher, senão não tenho outra fonte de renda”, diz.


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