Acontece em Franca evento que reúne principais players da cafeicultura mundial

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 21 de setembro de 2023 às 17:00
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Ally Open Summit é realizado na Fazenda Minamihara, em Franca, e destaca a importância da agregação de valor aos cafés

Ricardo Pereira, representante da Ally Coffee (Foto: Divulgação/Ally Open Summit)

Players da cafeicultura mundial estão em Franca, uma das principais regiões de cultivo de cafés do mundo, para trocar experiências e discutir estratégias para o setor.

O Ally Open Summit, reúne compradores e produtores internacionais, torrefadores e baristas campeões mundiais na sede da Fazenda Minamihara, localizada no quilômetro 407 da SP-334 – Jardim Paineiras.

Após dois dias intensos de debates, os participantes deslocam-se para Patrocínio, em Minas Gerais.

Na segunda-feira (19), produtores de café da Costa Rica e Colômbia compartilharam experiências e iniciativas dentro da cafeicultura em seus respectivos países.

Durante o debate, eles abordaram os desafios e oportunidades do setor, enfatizando a importância da pesquisa científica na busca por variedades que proporcionem maior qualidade na xícara e maior produtividade.

Genética do café

Rodrigo Sanchez, cafeicultor colombiano, destacou a importância de investir em novas genéticas de café. “O mundo do café é vasto, e a busca pela excelência nos levou a explorar novas variedades”.

Por outro lado, Diego Robelo, produtor da Costa Rica, ressaltou a importância de investir em soluções agronômicas para melhorar a produtividade. “Produzir café não é tarefa fácil. Devemos valorizar nosso terroir e nossas características únicas”.

Ricardo Pereira, representante da Ally, que é a organizadora do evento, enfatizou a importância de agregar valor durante a fase de produção, destacando que “a compreensão da origem do café permite aos consumidores valorizar melhor o produto que estão consumindo”.

Além das etapas de produção, os debates durante o evento também abordaram mecanismos que agregam valor no marketing e tecnologias pós-colheita.

Palavra do vice-presidente

Edvaldo Frasson, vice-presidente da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), expressou otimismo na estratégia brasileira de agregação de valor aos cafés especiais em várias partes da cadeia.

Frasson enfatizou a necessidade de divulgação internacional dos cafés especiais produzidos no país, destacando sua particularidade. “Posso afirmar que os cafés especiais do Brasil não têm igual no mundo”.

No debate sobre a importância da estratégia de marketing, Morgan Eckroth ressaltou a importância de definir objetivos claros e contar histórias para que os consumidores possam conhecer melhor os processos das fazendas e valorizar a origem do café.

Brasil continua sendo líder em cafés

O Brasil lidera o mercado em inovações e tecnologias que agregam valor ao café, resultando em uma ampla diversificação entre os cafés brasileiros.

Ricardo Pereira, da Ally, destacou a relevância dessa diversidade no mercado mundial de cafés especiais, enfatizando que a personalização com base nos gostos dos consumidores e em suas localizações geográficas desempenha um papel importante.

“Entender o que o consumidor quer e criar algo mais personalizado para esse cliente, com base também em sua localização geográfica, é promissor”, disse.

Na quarta-feira (20), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua projeção para a safra 2023 de cafés no Brasil e estima que sejam produzidas no país em torno de 54,36 milhões de sacas – 38,16 milhões de sacas de variedades de café arábica (especiais).

O café no universo digital

Na quarta-feira (20), a organização do Ally Open Summit trouxe para o centro dos debates a digitalização no universo do café e como o marketing digital se tornou um dos possíveis filtros para a geração de valor na cafeicultura.

Stephanie Calato, responsável pelo marketing na Ally, destacou que as redes sociais são um dos principais meios para os profissionais do setor que perceberam as vastas possibilidades oferecidas pelas mídias sociais.

“Essa é uma maneira para os produtores estabelecerem uma conexão mais direta com os consumidores e compartilharem suas próprias histórias. Os consumidores podem encontrar produtores e ver o que eles têm a oferecer”, afirmou.

Segundo ela, esse é um caminho que deve encurtar a distância entre produtores e consumidores. “Há um espaço perceptível e a grande questão e foco estão em como os produtores e consumidores podem se conectar. Acredito que trabalhar com transportadores confiáveis é igualmente importante. Existe uma rede que engloba produtores, exportadores, importadores e consumidores, e essa rede deve fazer parte dessa comunicação, chegando até o consumidor final”.

Valor agregado

Ainda de acordo com Calato, a comunicação para gerar valor agregado ao cafeicultor deve considerar todas as etapas da cadeia.

“Há espaço para melhorar essa comunicação nas redes sociais e isso precisa ser trabalhado. Tudo isso deve ser feito com um entendimento da audiência, somente assim é possível desenvolver uma identidade e marca representativa”.

Segundo a Bandeirantes, a barista Morgan Eckroth ressaltou que os cafés são sobre histórias e, ao levar esse produto para o mercado, é necessário construir novas narrativas.

O uso das redes sociais para promover o trabalho realizado na xícara também é um meio de agregar valor a mais uma etapa da cadeia.

“Para mim, o realmente importante é ajudar outras pessoas a criar suas próprias histórias com o café. É uma honra e um privilégio estar aqui; é uma experiência única que poucas baristas têm a oportunidade de vivenciar. Precisamos demonstrar isso na xícara”.


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