Temporários: contratação deve crescer 12% no 2º semestre, prevê entidade

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 22 de agosto de 2020 às 13:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:08
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Setor da Indústria puxará a geração de vagas no período, segundo Associação Brasileira do Trabalho Temporário

O setor de comércio deve ter redução no número de vagas temporárias

A criação de vagas temporárias deve crescer 12% entre julho e dezembro em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo projeção da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). A entidade aponta que poderão ser geradas no período mais de 900 mil vagas temporárias, frente às 800 mil de 2019.

Entre janeiro e junho, foram mais de 1 milhão de contratações temporárias e, somadas à previsão para o 2º semestre, Marcos de Abreu, presidente da Asserttem, prevê alcançar a marca de 1,9 milhão de trabalhadores temporários contratados neste ano, um aumento de cerca de 28% em relação a 2019.

Historicamente, o 2º semestre é o período de maior contratação de trabalhadores temporários, com destaque para o último quadrimestre (setembro, outubro, novembro e dezembro) devido às datas sazonais, como Dia das Crianças e Natal, em que o comércio é responsável por grande parte das contratações. Porém, em 2020, a pandemia deve alterar esse cenário.

“Acreditamos que haverá uma queda nas contratações temporárias realizadas pelo comércio, por ter menos pessoas visitando as lojas e pelo uso do comércio eletrônico. Mas, essa diminuição será superada pelas contratações das indústrias, que estão repondo seus quadros de funcionários para conseguir suprir a demanda do mercado”, explica.

Segundo Abreu, as empresas estão se reinventando e buscando alternativas formais de contratar trabalhadores, preservando os direitos, mas com oxigênio suficiente para acompanhar a oscilação da economia, e o trabalho temporário se mostra como o regime mais rápido, eficaz e seguro tanto para as empresas quanto para os trabalhadores.

“Para as empresas, o trabalho temporário confere maior flexibilidade de gestão, enquanto os trabalhadores têm seus direitos respeitados e podem adquirir mais conhecimentos e ter novas experiências no mercado de trabalho, o que potencializa sua recolocação em uma eventual vaga permanente”, observa Abreu.

Para o presidente da Asserttem, a modalidade deve ser vista como oportunidade para que as empresas consigam atender às suas demandas urgentes e emergenciais e ganharem fôlego durante a retomada até conseguirem efetivar os trabalhadores novamente.

Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário com as agências associadas, 47,2% delas afirmaram que, em comparação ao início da pandemia, houve aumento da procura por contratos temporários.

Os trabalhadores temporários foram contratados para os setores de Saúde, Alimentação, Agronegócio, Indústria e Logística para atuação em cargos operacionais (69%), administrativos (25%) e de supervisão (6%), com média salarial de R$ 1.045 a R$ 2 mil (75%), de R$ 2.001 a R$ 3 mil (22,2%) e de R$ 3.001 a R$ 4 mil (2,8%).


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