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Em meio à safra, os canavieiros circulam em velocidade reduzida nas rodovias e vicinais da região de Franca
Motoristas que se deslocam pelas rodovias de Franca, São Joaquim da Barra, Orlândia, Ituverava e Ribeirão Preto e entorno, no eixo viário que vai de Bebedouro a Igarapava, precisam ficar atentos à maior presença de veículos canavieiros nas estradas devido ao escoamento da safra da cana-de-açúcar na região, já reconhecida por sua expressiva produção sucroalcooleira.
Além das rodovias oficiais, nas vicinais desses municípios o risco com os canavieirios é muito grande. Inclusive, os desastres têm sido com vítimas graves e alguns deles até fatais.
Se durante o cia a situação é grave, no período noturno se agrava mais, explciou Antônio Sebastião da Silva, que já se envolveu em grave acidente entre Jeriquara e Buritizal. “Eu escapei da morte – estou vivo – graças a um milagre de Deus”, contou.
A Entrevias, por exemplo, de janeiro a 3 de agosto de 2020, registrou 20 acidentes envolvendo caminhão do tipo canavieiro no trecho em que opera, sendo 11 deles com vítimas e nove sem, além de três mortes.
Do total das ocorrências, 60% foram causadas por colisão traseira, e a maior parte delas, 40%, registrada na SP-322 (Rodovia Attílio Balbo/Armando de Salles Oliveira), entre os municípios de Sertãozinho e Pitangueiras, e os outros 35% na SP-330 (Rodovia Anhanguera), cuja extensão tem muitas áreas de aclive.
Nela, os casos se concentram entre os municípios de Orlândia, São Joaquim da Barra e Guará.
O estudo interno que considerou os 299 quilômetros administrados apontou ainda que os acidentes ocorrem na maioria dos casos à noite e durante a madrugada, sem condições adversas como neblina ou fumaça.
À noite ou com visibilidade reduzida, os riscos são iminentes, já que nem todos condutores de canavieiros seguem as recomendações previstas na legislação de trânsito, como a resolução 643/2016 do Contran.
A lei determina a utilização de faixas refletivas na lateral e traseira de veículos de transporte rodoviário com peso bruto acima de 4.536 kg e tampouco mantêm a iluminação traseira adequada, infração passível de multa, de acordo com o artigo 230 do código brasileiro de trânsito (trafegar com equipamento obrigatório em desacordo).
Além disso, a falta de distância segura e desatenção de condutores de veículos de passeio também potencializam os perigos.
Na madrugada da última segunda-feira (3), um motorista morreu após colidir com o seu utilitário na traseira de um canavieiro carregado com bagaço de cana, por volta das 5h30 da manhã, no km 381 da SP-322, em Bebedouro.
O motorista do canavieiro não se feriu, mas foi autuado pela Polícia Militar Rodoviária por conduzir o veículo em mau estado de conservação e trafegar com equipamento ineficiente/inoperante, já que estava com iluminação externa irregular e refletivos em mau estado, segundo boletim de ocorrência.
A característica dos acidentes como o registrado esta semana no trecho administrado pela concessionária mostra uma predominância da colisão traseira, o que reforça a importância dos usuários de rodovia manterem a distância segura do veículo que trafega à frente e considerarem a diferença de velocidade existente, já que veículos pesados circulam com lentidão devido ao peso da carga, o que piora em trechos de aclive, por exemplo.
Segundo o tenente da Polícia Militar Rodoviária Péricles Veronezi Flora, o excesso de peso e a baixa velocidade, aliados à imprudência de alguns motoristas de veículo pesado, ajudam a explicar as causas de acidentes com canavieiros.
Ele diz que muitos motoristas desrespeitam os limites de peso e ignoram a legislação de trânsito, que determina a obrigatoriedade do uso das faixas refletivas, recurso que ajuda a dar mais visibilidade aos veículos, assim como iluminação traseira.
Outro fator que prejudica durante a safra a visibilidade dos refletivos é a falta de limpeza dos veículos após saírem dos canaviais.