Golpistas fingem ser suporte de lojas para clonar Whatsapp

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 4 de agosto de 2020 às 12:49
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:03
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O código que enviam por SMS, na verdade, serve para validar o Whatsapp em outro aparelho

Com o aumento do comércio online durante a quarentena , cresceu também o número de reclamações nas redes sociais, e nisso golpistas viram um prato cheio

Com viagem marcada, a bancária Mayra Carvalho, 29, publicou, no fim de março, quando o país começou a se fechar contra o novo coronavírus, um comentário na página do Instagram da agência de viagens online Decolar. Ele questionava se conseguiria remarcar uma passagem aérea.

“Um perfil veio falar comigo como se fosse o original”, diz ela. Era, na verdade, uma conta falsa, passando-se pelo suporte da empresa.

“Eles me abordaram de uma maneira bem tranquila, falando que queriam me ajudar, que me mandariam um código por SMS e eu precisaria informá-lo para validar o atendimento. Queria resolver isso rápido e passei. Na hora, meu Whatsapp caiu”, conta.

“Aí eles usaram toda a história que eu tinha contado, que tinha um filho pequeno, para pedir dinheiro no Whatsapp. Depois você fica se perguntando como caiu nessa. Eles pegam justamente no momento de fragilidade”, afirma.

Relatos como esse se tornaram ainda mais comuns na pandemia da covid-19. Com o aumento do comércio online durante a quarentena , cresceu também o número de reclamações nas redes sociais, e nisso golpistas viram um prato cheio.

Fingindo ser suporte de uma empresa, eles abordam vítimas e afirmam que podem resolver o problema. O código que enviam por SMS, na verdade, serve para validar o Whatsapp em outro aparelho. Com a conta, começam a pedir dinheiro se passando pela vítima.

Foi o que aconteceu com a professora Renata Guerra, depois de reclamar na página do Instagram do aplicativo Rappi. Com a conta clonada, o golpista pediu dinheiro a amigos de Guerra, afirmando que precisaria pagar uma taxa do mestrado, mas que devolveria sem falta no dia seguinte. Uma amiga perdeu R$ 1.550.

Ela conseguiu recuperar a conta só após 12 horas. Nesse meio tempo, alertou que fora vítima do golpe nas redes sociais – três amigos disseram que quase acreditaram, tão convincentes eram as mensagens. “Me senti culpada. As empresas em nenhum momento se responsabilizaram por nada”, afirma ela.


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