Vários tipos de memória: descubra como o cérebro armazena cada fato

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de julho de 2020 às 15:49
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:58
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Quase tudo o que fazemos, dizemos e pensamos seria impossível sem a memória. Saiba mais!

O processo pelo qual o cérebro adquire primeiro uma informação e depois a armazena e a recupera quando necessário é um fenômeno muito misterioso. 

Todas as experiências são produzidas pelos neurônios ativados no cérebro em resposta ao que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos, saboreamos e sentimos.

E para cada acontecimento que ocorre tipos de memória diferentes são acessados.

As experiências se tornam memórias porque os neurônios que as geraram formam conexões uns com os outros.

Quando esses neurônios não são ativados, a memória é meramente uma tendência potencial para que eles sejam estimulados de novo no futuro. Quando isso acontece, cria-se uma repetição fraca da experiência original, e ocorre uma lembrança.

Toda vez que algo é lembrado, o padrão de ativação neural é ligeiramente diferente. Em certo sentido, as memórias são “memórias das memórias” e não lembranças de eventos, e o cérebro pode gerar um número indefinido de versões.

Tipos de memória

A memória apresenta dois componentes: uma faculdade da memória de curto prazo para os pensamentos que estão atualmente ativos na mente e um armazém de eventos, habilidades e fatos de longo prazo. Entenda melhor a seguir.

Memória de curto prazo

A memória de curto prazo, ou memória de trabalho, é temporária. Sua principal característica é a baixa capacidade – ela fica saturada rapidamente. 

Em média, conseguimos reter sete itens não associados (como letras, palavras ou números) por alguns minutos. Isso é chamado de “capacidade” ou “amplitude” de memória. 

Os psicólogos perceberam que a memória de curto prazo está em constante uso enquanto falamos, pensamos e agimos. Por isso, para enfatizar seu papel ativo, começaram a se referir a ela como “memória de trabalho”.

Memória de longo prazo

Todos os fatos que sabemos, tudo o que fazemos, muitos dos eventos na vida, além de todas as coisas surpreendentes que nem tínhamos ideia de que sabíamos – esse imenso armazém de conhecimento é o que constitui a chamada memória de longo prazo.

Memória episódica – eventos pessoais

Usamos nossa memória episódica para responder a perguntas como “O que você fez no fim de semana passado?” ou para lembrar a primeira vez que vimos a neve ou nadamos no mar.

Quanto mais dramáticas, mais facilmente as memórias são recuperadas. Isso entra em cena na memória episódica. 

Se pensar sobre momentos especiais de sua vida, como férias e aniversários, é provável que os eventos lembrados por você se destaquem por alguma razão excepcional – seja ela boa ou ruim. Situações comuns tendem a se fundir.

Memória semântica – fatos

Nossa memória semântica é o nosso depósito de conhecimento geral: fatos, eventos e vocabulário. Ela permite responder a perguntas como “Qual é a capital da Itália?”. 

Sabemos as respostas, mas geralmente esquecemos onde, quando e como as aprendemos.

As memórias semântica e episódica em geral se sobrepõem quando falamos de eventos passados. 

Por exemplo, é graças à nossa memória semântica que sabemos o resultado da última eleição. Mas a importância política do evento também permite que recordemos memórias pessoais que associamos a ela, que provêm da memória episódica.

Memória processual – habilidades

Elas incluem as habilidades física e mental adquiridas ao longo do tempo, como andar de bicicleta, escrever ou usar um teclado. 

A maior parte do nosso conhecimento processual é utilizada automaticamente sem recordarmos de forma consciente como aplicá-lo.

A memória processual também é conhecida como memória habitual ou implícita. 

Enquanto algumas habilidades que são aprendidas, como ler ou andar de bicicleta, são preservadas sem muita prática, outras, como falar outro idioma ou tocar um instrumento, apresentam uma característica do tipo “use ou perca” e devem ser praticadas regularmente para serem retidas.


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