No Dia Internacional do Café, conheça os tipos e características da bebida

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de maio de 2020 às 13:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:45
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A bebida, consumida amplamente no mundo todo, foi, durante anos, o carro-chefe da economia brasileira

​Neste domingo, dia 24 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Café. 

A bebida, consumida amplamente no mundo todo, tem um significado muito especial para o Brasil — afinal, o produto foi, durante anos, o carro-chefe da economia brasileira. 

E, para muitos, a bebida também remete ao aconchego e à aromas da infância. 

Com a pandemia, reuniões familiares para compartilhar um cafezinho não serão possíveis, mas que tal desfrutar um café caprichado com quem você mora ou consigo mesmo? 

E, para te ajudar a entender um pouquinho mais sobre a bebida, separamos os principais pontos que você precisa conhecer se quer começar a se aventurar em sabores de café mais diferentes! 

Confira:

Quantos tipos de cafés existem? 

Inúmeros, mas pensando no consumo, existem duas principais espécies de plantas que dão origem aos grãos de café: a espécie coffea arabica dá origem ao chamado Café Arábica, e a espécie coffea canephora dá origem ao café conhecido como Robusta. Cada um desses dois gera vários tipos de café.

Em geral, o mais produzido e consumido é o Café Arábica, pois ele é capaz de gerar uma variedade maior de cafés com aromas e sabores distintos e de qualidade. 

“No mundo, 2/3 do plantio e da colheita do café são de Café Arábica, portanto, ele é o mais utilizado. E 1/3 corresponde ao Café Robusta. O Arábica é uma planta de características de aroma e de sabor muito variados e muito nobres. 

“E, a partir de um Arábica, consegue-se produzir cafés que realmente têm características de aroma e sabor bastante apreciáveis”, afirma Nathan Herszkowicz, presidente-executivo do Sindicafé-SP (Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo). 

A instituição oferece diversos cursos sobre a bebida, por meio do Centro de Preparação de Café (CPC).

Mas isso não significa que o Café Robusta não produza bebidas de qualidade, sobretudo com os avanços na área da agricultura nos últimos anos. 

“Hoje, no Brasil, temos cerca de 75% da produção de cafés Arábica e 25% de cafés Robusta. Mas os produtores e agrônomos brasileiros criaram formas de processar o café Robusta depois da colheita de maneira que as características de sabor e aroma melhoraram muito em relação ao que eram há 10 anos atrás”, diz Nathan. 

“Hoje você escolhe com tranquilidade no Brasil cafés de qualidade superior ou de qualidade gourmet. Não precisa recorrer ao exterior para isso”.

O que gera um café de qualidade? 

Além de certos tipos que geram aromas e sabores mais ricos, o plantio e a colheita também têm bastante influência. 

Um café que é colhido fora de época, por exemplo, não terá tanta qualidade quanto aquele que foi colhido no momento adequado. 

Além disso, a realização cuidadosa das etapas após a colheita (como a secagem dos grãos) também influencia na qualidade. No momento do preparo, em termos de café coado, o filtro utilizado tem influência também. 

“O filtro de papel, por exemplo, é um filtro que retém mais as micropartículas do pó de café do que o coador de pano. O coador de pano, portanto, sempre produz um café mais encorpado”, afirma Nathan. Mas isso depende do gosto de cada um!

Quais os tipos mais consumidos no Brasil? 

Como o Brasil (e quase o mundo inteiro, de forma geral) consome bem mais o café Arábica, os principais tipos de cafés consumidos são todos derivados do Arábica. 

São eles: Icatu, Bourbon, Catuaí, e Mundo Novo, dentre outros. “O Mundo Novo, por exemplo, é um café que tem grande produtividade no solo brasileiro, enquanto o Bourbon precisa de uma altitude um pouco mais alta, mas é bem cultivado no Brasil também”, afirma Vanessa Alves, gerente geral do bistrô Maria Antonieta. 

“E o Bourbon tem uma aceitação muito boa, porque é um pouco mais adocicado, e tem um corpo diferenciado também: é um pouco mais cremoso e tem notas de caramelo. Por isso, o Bourbon é um queridinho!”

São combinações de cafés para gerar um novo aroma e sabor. 

“O Blend é uma mistura, e existem baristas que assinam essas combinações. Às vezes, eles utilizam até o mesmo tipo de café, mas pegam microlotes de fazendas diferentes e vão misturando”. 

“Dessa forma, os baristas fazem estas misturas que formam sabores diferente de tudo o que existe no mercado, então envolve também uma questão do barista imprimir a personalidade dele ou dela no blend de café”, afirma Vanessa.

E para quem quer começar a experimentar novos sabores, qual o mais indicado? 

“O Bourbon vermelho é um café bem agradável. Tem uma doçura legal, uma acidez legal, dá para tomar sem açúcar tranquilamente”, diz Vanessa. 

Ela também dá a dica de experimentar harmonizar o sabor com diversas sobremesas, até encontrar a combinação que mais agrada seu paladar.


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