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Franca pode perder de 3 a 6 mil trabalhadores na cadeia calçadista, com a pandemia de coronavírus
A indústria calçadista é um dos segmentos que vêm sendo fortemente impactados pela pandemia do coronavírus.
As empresas empregavam, conforme dados do final do ano passado, 269,4 mil pessoas no Brasil, das quais 86,9 mil no Rio Grande do Sul e o restante espalhados por São Paulo, Ceará, Santa Catarina, Bahia e outros centros.
Em Franca, os números apontavam cerca de 14,4 mil trabalhadores nas indústrias calçadistas.
Segundo informações de um empresário calçadista francano, o Sindifranca enviou uma pesquisa para as fábricas e já está colhendo os resultados.
Só quando o Sindicato da Indústria contabilizar os números gerais é que será possível compreender como está se comportando a indústria calçadista francana.
Mas o empresário diz que não tem como ser otimista. Segundo ele, Franca já vinha diminuindo a produção e dispensando empregados. Esses 14 mil trabalhadores nas indústrias calçadistas, já é o mínimo de mão de obra possível.
Ele diz que vai depender muito da decisão do prefeito e do governador, mas pelo momento atual, acredita que cerca de 3 a 4 mil trabalhadores vão perder o emprego nas indústrias calçadistas.
Na cadeia calçadista, as demissões deverão ser maiores. “Para cada empregado demitido na fábrica, afeta dois na cadeia calçadista. O segmento de bancas de pesponto, costura ou enfeites sofre mais”.
Essa é a parte mais fraca no processo, porque são empregados que não têm vínculo trabalhista, não têm seguro desemprego e nem assistência médica.
ABICALÇADOS
Até essa sexta-feira (3), o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, estimava em cerca de 11 mil as demissões no País.
Deste número, aproximadamente 3 mil demissões aconteceram apenas no Rio Grande do Sul, que lidera em exportações do setor.
O dirigente acrescenta que, com os dados disponíveis até o momento, calcula-se uma retração de 60% na produção calçadista nacional em março, devido aos impactos observados desde o dia 16 daquele mês.
O panorama reflete em toda a economia, mas mais diretamente na economia gaúcha, já que o Rio Grande do Sul corresponde a 22,1% da produção nacional do segmento.
Ferreira reitera que a redução da produção afeta, naturalmente, no nível de emprego do setor.
Ainda assim, conforme pesquisas, 48% das empresas, em âmbito nacional, não verificaram demissões.
O aumento do número de dispensas, ou não, para o presidente da Abicalçados está correlacionado ao cenário que se estabelecerá nos próximos meses.
Ele acredita que a MP 936 possa reduzir o número de desligamentos no setor, mantendo empregos enquanto há redução da atividade das empresas no curto prazo.
Todavia, o dirigente frisa que a retomada da demanda é essencial para a sustentação do nível de produção e emprego.
“Sabemos que a liberação do comércio é de responsabilidade das autoridades competentes, porém, para que as indústrias possam retomar suas produções, precisamos que os lojistas efetuem pedidos”, ressalta Ferreira.