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Com altura equivalente a um prédio de 40 andares, A68 se desprendeu da Antártida em 2017
O maior iceberg do mundo está prestes a chegar ao mar aberto. Chamado de A68, o bloco se desprendeu da Antártida em 2017, pesando 1 trilhão de toneladas e com 5,8 mil km², o equivalente à área do Distrito Federal.
Agora, ele se aproxima do limite do Círculo Polar Antártico, de onde deve seguir para o Oceano Austral, de acordo com informações da BBC.
Ao todo, o iceberg tem 200 metros de espessura, o equivalente a um prédio de 40 andares, e 150 quilômetros de comprimento.
Apesar de os números impressionarem, o iceberg é considerado “fino” em comparação com outros blocos da Antártida, e pedaços de gelo não devem chegar à terra firma tão cedo.
Para onde vai?
O iceberg está seguindo um caminho bastante previsível, segundo os cientistas.
Quando passar além da península, o bloco gigantesco de gelo deverá ser empurrado até o oceano Atlântico, um caminho conhecido por pesquisadores como Corredor dos Icebergs.
O maior iceberg já registrado em tempos modernos eram um bloco de 11 mil km² chamado B15, que se descolou da plataforma de gelo Ross em 2000.
Um de seus últimos pedaços restantes, hoje com “apenas” 200 km² está a meio caminho das ilhas Sanduíche do Sul, no Atlântico.
Estruturas deste tamanho precisam ser constantemente monitoradas porque representam um risco para a navegação. Imagens de satélite (acima e abaixo) são uma forma de fazer isso.
Enquanto mantêm um olho no A68, cientistas também monitoram dois futuros icebergs prestes a se formar.
Um está quase se soltando da geledeira de Pine Island, no oeste da Antártida. Esse terá um pouco mais de 300 km² quando se libertar. O bloco já está cheio de rachaduras.
“A expectativa é que o novo iceberg se quebre em muitos pedaços depois de se soltar”, diz Luckman.
O segundo é um grande iceberg se formando no leste da Antártida, nos limites da plataforma de gelo Brunt.
Esse deve ter cerca de 1,5 mil km² — mais ou menos o tamanho do município de São Paulo.
Ele chamou muita atenção porque uma estação de pesquisa britânica na Antártida (a base Halley) teve de ser movida para não ser afetada pelas fissuras que estão se formando na plataforma de gelo.
O iceberg vai se soltar quando uma grande fissura, a Rachadura 1, finalmente se ampliar até cortar totalmente uma seção do gelo.
Exatamente quando isso vai acontecer, ninguém sabe. “A fissura está se ampliando, mas em um ritmo lento”, diz Luckman.
Pesquisadores e cientistas debatem há cerca de três anos a ligação entre descongelamento de blocos da Península Antártica e mudanças climáticas, pois aquele é um dos lugares que mais rapidamente esquentou no mundo.
Nos últimos anos, a área testemunha uma diminuição da massa de gelo, do norte para o sul, observando o surgimento de paisagens verdes, com musgos e liquens.
*Terra e G1