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Iniciativa pioneira, com a ILSA Fertilizantes Orgânicos, Calçados Bibi processa resíduos da operação fabril
A Calçados Bibi, sediada em Parobé (RS), firmou uma parceria com a Ilsa Brasil para transformar os resíduos do couro usados na fabricação em fertilizante natural para produções agrícolas.
O acordo começou em junho de 2019 e já destinou quatro toneladas de sobras.
Desde então, a Bibi contabiliza uma redução de 29% nos custos, já que a fábrica deixou de usar esse material no coprocessamento, quando o resíduo é triturado e, em seguida, queimado no forno.
Neste novo modelo, a Ilsa recebe o material, que é colocado em um reator e fervido a 300°C, processo que quebra as moléculas de couro.
Em seguida, forma-se uma gelatina orgânica com alta concentração de nitrogênio, que é colocada em uma secadora a 500°C.
Essa alta temperatura retira a água contida na gelatina e a transforma em pequenos grãos. “Fertilizantes altamente eficientes”, de acordo com a Ilsa.
O produto orgânico é utilizado, majoritariamente, no mercado nacional, mas o que não é consumido vai para exportação.
Entretanto, a empresa afirma que não há resultados concretos sobre essa parceria, especificamente, uma vez que os resíduos da Bibi Calçados são misturados a de outros fornecedores.
A Ilsa alega que “diversos produtores já tiveram acesso a este adubo”, atestado pelo Ministério da Agricultura (Mapa).
Porém, também não informa em quantas propriedades o produto foi utilizado, pois os lotes são comercializados e seguem para diferentes destinos via canal de distribuição.
A presidente da Calçados Bibi, Andrea Kohlrausch, destaca, no entanto, o benefício ambiental do projeto.
“Trabalha a favor do meio ambiente e gera benefícios palpáveis aos que utilizam o fertilizante”, revela a executiva. A empresa produz mais de 2 milhões de pares de calçados por ano.
Em nota, a Ilsa Brasil esclarece que recebe 95% de todo o resíduo de couro gerado pela indústria coureiro-calçadista no sul do Brasil, inclusive aqueles gerados pela Calçados Bibi.
Todo esse montante de material é transformado pela ILSA Brasil em 30 mil toneladas por ano de fertilizantes orgânicos e organominerais através de um processo conhecido como hidrólise térmica, o qual é altamente sustentável, exclusivo e de última geração.
“A Ilsa Brasil não realiza nenhuma espécie de coprocessamento, trituração ou queima de couro. Atualmente, a ILSA Brasil atende cerca de 15 mil agricultores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A empresa atesta a eficácia de seus produtos, investe constantemente em P&D e faz acompanhamento constante junto aos agricultores”, diz a nota.