Correios entram em greve em 20 Estados e também no Distrito Federal

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de setembro de 2019 às 14:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:48
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Categoria pede reajuste salarial com reposição da inflação e é contra a privatização da empresa

Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A greve foi decretada na noite de terça-feira, 10 de setembro, em assembleias realizadas em diferentes estados do país.

Até por volta das 13h desta quarta, sindicatos de 20 estados e do DF confirmavam ter aderido à greve.

A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmam que a greve é geral e que todos os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram ao movimento.

Em nota, a direção dos Correios afirma que a paralisação é parcial e já colocou em prática um “plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à população”.

A categoria pede reposição da inflação do período e é contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado no programa de privatização do governo Bolsonaro.

Os trabalhadores querem também a reconsideração quanto a retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios. “A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família”, afirmou em nota a Findect.

“Mesmo com a mediação do TST, a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores há mais de 40 dias e se nega a negociar, pois insiste em reduzir benefícios que rebaixariam ainda mais o salário da categoria, que já é o pior entre todas as estatais”, disse a Fentect.

O que diz a estatal

Segundo os Correios, a greve “não afeta os serviços de atendimento da estatal”. A empresa informou que pela manhã 82% do efetivo total estava trabalhando regularmente.

Em nota, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, “considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões”.

A estatal ainda não divulgou balanço sobre os impactos da greve, mas fala em “paralisação parcial”. “O principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável”, acrescentou.

Ainda segundo a empresa, a paralisação dos funcionários “agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal”. “Os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira”, completou.

São Paulo

Na capital, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP) confirmou a greve e disse que estima que 70% da categoria já tenham aderido à paralisação nesta quarta-feira, 11 de setembro.

Ainda de acordo com o sindicato, foram feitos atos em frente a algumas unidades dos Correios da capital. Outras ficaram fechadas, como a unidade da Liberdade, no Centro.

Na região de Campinas, algums unidades informaram que ficarão fechadas. Outras, abriram apenas para postagem e separação de encomendas, mas informaram que os carteiros aderiram à greve e que o serviço de Sedex não está funcionando.

O sindicato da categoria ainda não informou um balanço completo dos reflexos da paralisação, mas afirma que 70% do operacional (Sedex e carteiros) está paralisado.

Em Ribeirão Preto, funcionários dos correios aderiram à greve.

Na região de Piracicaba, também no interior do estado, a entrega de cartas e encomendas está paralisada segundo o sindicato da categoria.

Na região de Jundiaí, 70% dos trabalhadores aderiram à greve e a agência do centro da cidade está de portas fechadas.


+ Serviços