Filme sobre a vida da ex-modelo Luiza Brunet vira série da Globo: ‘Privilégio’

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  • Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 20:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:24
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O longa será baseado no livro que ela mesma escreveu em 2014, contando sua trajetória desde a infância

A atriz Luiza Brunet está animada para ver o filme que contará a história de sua vida nos cinemas. O longa será baseado no livro que ela mesma escreveu em 2014, contando sua trajetória desde a infância. Em conversa com o Yahoo, a empresária diz que está se sentindo privilegiada, pois soube que a produção também se tornará uma minissérie da Globo.

Recebi o convite da Carolina Kotscho, que fez ‘Os Dois Filhos de Francisco’. Ela é roteirista da Globo Filmes, então vai ter o filme e uma minissérie de quatro capítulos”, adianta. Segundo Luiza, a história tem um recorte muito grande dos anos 80, período em que ela se destacou trabalhando como modelo. Por esse motivo, a produção vai escalar uma atriz jovem, que será preparada para o papel.

Quando Luiza escreveu o livro, ela ainda não tinha sido agredida pelo ex-marido Lírio Parisotto, que foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) na última quinta-feira (14). Mesmo assim, o tema violência doméstica estará presente, afinal, a modelo convive com a triste realidade das mulheres desde a infância. Sua mãe, Alzira foi agredida pelo ex-marido, pai da modelo, durante todo casamento.

“Via o relacionamento conturbado dos meus pais só que nessa época não sabia a dimensão do que era. Antigamente, o marido batia na mulher e a vizinha dizia para não largar se não outra a pegaria, falava para deixar para lá que ele estava bêbado e no outro dia estaria legal. Mulher divorciada era vista como vagabunda”, explica.

Luta contra violência doméstica

Trabalhando diretamente no enfrentamento da violência contra a mulher, ela diz perceber que a mentalidade da sociedade evoluiu com o passar do tempo e a ajuda das plataformas digitais. Mas, ainda assim, sente que falta muito para chegarmos no “mundo ideal”. Citando o caso recente de uma mulher que foi espancada por um homem que conheceu pela internet, Luiza lamenta que muitos vejam mais problema em a moça ter levado o rapaz para sua casa no primeiro encontro do que a própria agressão que ela sofreu.

É um julgamento terrível. Não tem nem como qualificar. Para onde é que ela levaria o cara? Para o motel? Para onde quer que ela o levasse ele faria isso, entendeu? Ela pode levar o cara para onde ela quiser, o que não pode é ele espancar ela desse jeito. Ela foi exposta. Eu assisti a uns vídeos dela e vi que ela começou a se sentir culpada, mas ela não fez nada de errado quem fez foi esse cafajeste

Para Luiza Brunet, passou da hora de o governo se mobilizar na defesa das mulheres para que casos como esse não se repitam. Ela também acredita que é preciso as pessoas deixem de pensar que em “briga de homem e mulher ninguém mete a colher”, pois quem não toma uma atitude diante de um caso de violência mostra que está sendo conivente com o crime.

São vários tipos de agressão e isso não é culpa das mulheres. É culpa dos homens que perderam a mão completamente. Os aplicativos, hoje, são maneiras válidas para conhecer pessoas. O que acabou, para mim, é esse negócio de ficar calada”, finaliza.


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