Varejo calçadista acelera o passo e vai conseguindo superar a crise

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 11:49
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:18
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O segmento acumulou nos últimos 12 meses, terminados em outubro, um crescimento nominal de 2,6%

O
ano de 2018 impôs muitas dificuldades, mas também reservou surpresas positivas
para o varejo brasileiro de calçados, formado por cerca de 60 mil lojas.

O
segmento acumulou nos últimos 12 meses, terminados em outubro, um crescimento
nominal de 2,6%. O dado é da pesquisa Consumo de Calçados no Brasil em 2018,
realizada pela Kantar Worldpanel a pedido da Associação Brasileira de Lojistas
de Artefatos e Calçados (Ablac).

No
período, a frequência de compras (idas ao ponto de venda) cresceu 11,5%, o que
indica que o comprador passou a adquirir calçados, em média, três vezes ao ano.

Por
outro lado, o gasto médio teve queda de 5%, passando de R$ 111,01, em outubro
de 2017, para R$ 105,20, em 2018.

MULHERES
X HOMENS

As
mulheres foram mais às compras no período pesquisado, porém, o desembolso
masculino foi 43% maior. Elas foram, em média, quatro vezes às lojas de
calçados e gastaram uma média de R$ 98,33 para a compra de sapatilhas,
escarpins, sandálias e rasteiras.

Eles,
por sua vez, foram duas vezes ao ponto de venda e gastaram, em média, R$ 141,25
para comprar, sobretudo, tênis e sapatênis. “A maior frequência de compra foi o que
impulsionou o mercado e fez o calçado recuperar as vendas em relação ao ano
anterior”, explica Wesley Barbosa, diretor executivo da Ablac.

Ele
enfatiza que, com mais da metade do mercado nacional, o calçado feminino foi o
grande destaque no faturamento da categoria.

Em
valor, o segmento feminino teve variação positiva de 17,8%, enquanto o
masculino apresentou retração de 11,5%.

MAIS
LOJAS

As
lojas de calçados voltaram a ganhar espaço no mercado, enquanto, segundo a
pesquisa, magazines e lojas de vestuário tiveram retração.

A
importância deste canal aumentou tanto em volume (de 56% para 63%), quanto em
valor (de 57% para 65%), superando a posição que tinha em 2016, conforme
pesquisa anterior da Kantar Worldpanel.

De
acordo com o levantamento, o aumento de participação das lojas de calçados no
mercado varejista ocorreu, também, pela diminuição do percentual de compradores
que frequentavam mais de um canal de venda.

A
Kantar apurou que o comprador que antes frequentava também magazines passou a
priorizar as lojas de calçados. “Além disso, o comprador das lojas de calçados
passou a ir 10% a mais a elas em relação ao ano anterior”, explica Tathiane
Frezarin, diretora de novos negócios da empresa de pesquisas.

As
lojas multimarcas representaram 95% do mercado de calçados e puxaram o aumento
da frequência de compradores (10,5%), mas as monomarcas (5% do mercado)
registraram maior aumento no tíquete médio, de 22,4%.

O
QUE O CONSUMIDOR COMPROU?

Sandálias
e calçados femininos fechados foram os produtos que mais impulsionaram as
vendas das lojas. Todas as classes se destacaram em compras, principalmente a
Classe C e indivíduos acima de 19 anos.

Em
relação às marcas, Moleca continuou líder de preferência, seguida por Beira Rio
e Vizzano.

No
segmento esportivo, Nike registrou boa performance, tanto em número de pares
quanto em valor, seguida por Olympikus e Beira Rio.

PREVISÃO
PARA 2019

A
projeção da Ablac é de crescimento em torno de 3% este ano para o varejo de
calçados.

A
estimativa tem como base o aumento da relevância das lojas no mercado em 2018 e
as medidas que o novo governo deverá adotar para o reaquecimento da economia.

Na
avaliação da associação, o crescimento econômico e a geração de novos empregos
devem devolver a confiança ao consumidor, condição essencial para que ele
retome o consumo de calçados e outros produtos este ano.

Para
a pesquisa, a Kantar Worldpanel ouviu 10.871 consumidores de todas as regiões
brasileiras e classes sociais. Os dados mostram que 114 milhões de brasileiros
compraram calçados no último ano, o equivalente a 70% da população.


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