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Saudações paciente leitor!
Passadas as férias natalinas, com o espirito revigorado, ainda arrependidos dos exageros nas ceias festivas, o fato é que aqui estamos novamente, compartilhando analogias, às vezes turvas, reconheço, mas, sempre honestas.
O que você espera deste 2019?
Creio que fizeste uma lista de possíveis mudanças, novos projetos e promessas. Mas, o que este ano recém-desabrochado pode esperar de você?
O que temos a oferecer a estes novos dias?
Proponho que vejamos este ano que rompe o útero materno, como um vasto campo, arado e incrivelmente fértil. Um terreno no cio, pronto para ser fecundado e lhe retribuir com gosto o que nele semear. Espero profundamente que, quando chegada a hora, em que os bagos deste ano estiverem pejados de frutos, você possa colher um abraço sincero daquele relacionamento que você regou e cultivou com verdade e amor. Que você possa buscar aconchego e proteção à sombra larga e refrescante da família, na qual você empenhou tempo, amor e, sobretudo, o seu melhor. Que você possa também, acompanhar a frutificação de seu pólen, vê-lo se espalhar pela terra, conquistando nossos horizontes, se entrelaçando a novas possibilidades. Que você consiga, com a sabedoria de um exímio jardineiro, adubar e preparar o terreno onde semeaste sua prole, tanto quanto, subtrair qualquer capim silvestre e erva daninha que possa se entrelaçar em sua fragilidade e ameaçar sua evolução saudável. Que você seja capaz de atingir entendimento suficiente para aceitar que nem todos os dias serão ensolarados, com chuvas moderadas no final da tarde. Às vezes, você nem conseguirá enxergar a beleza de sua plantação, tamanha a neblina que se instalará sobre ela, mas, tenha certeza de que os caules que você fortificou com seu amor e cuidado, resistirão com bravura. E o que importa de verdade, é saber que eles ficarão bem. Muitas vezes virão tempestades impetuosas, que encharcarão o solo e ameaçarão tombar as relações que você vem cultivando e transformando em lamaçal o solo arado, que esperava a semente. E de repente, num estalo de desespero, você até deixe cair suas ferramentas se sinta encorajado a abandonar seu cesto de sementes, talvez até pragueje contra a fragilidade de sua lavoura. E de repente, num imprevisto qualquer do destino, pode ser que você esteja sozinho numa região pantanosa, caminhando com águas até os joelhos.
Neste turvo momento, é necessário que você, experiente paciente leitor, lembre-se de que já superara incidentes bem maiores, bem mais adversos. Olhe para você, veja bem! Tornaste um bom e cuidadoso agricultor, veja os calos em suas mãos, serão suficientes para lembrá-lo disso. Lembre-se que, embora a tempestade possa ter afetado a beleza das folhagens de sua plantação, suas sementes de relações humanas ainda pulsam no útero do solo que você preparou. De toda forma, quando os dias derrotarem este ano que nasce agora, você terá sua colheita. Nossos dias, assim como o solo em que pisamos e um dia nos engolirá, são abundantes e são recíprocos, nossos principais juízes, nos devolvem exatamente o resultado de nossas sementes. Eu, você e todos os demais agricultores que arregaçam as mangas diariamente nesta lavoura sofrida, decidiremos, se sorveremos a macies de frutos maravilhosos, ou mastigaremos a contragosto o amargo das angustias e maldades que o solo nos devolve.
Este espaço, será meu campo virgem, onde pretendo semear e cultivar de maneira mais madura nossa relação que não é de hoje, vem se fortalecendo. Honestamente, paciente leitor, espero ainda encontrar-te muitas vezes nas ruas, e continuar com os nossos debates, em torno das analogias que proponho, abordar os tantos “entretantos” da vida. Lhe desejo uma boa plantação, amor suficiente para regar suas sementes, amadurecimento para cuidar de sua lavoura, mas, acima de tudo, lhe desejo muita paciência para os dias que virão.
*Essa coluna é semanal e atualizada às quartas-feiras.