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Dados mostram que a cidade tem índices ruins – de janeiro a setembro foram 600 incêndios em vegetação
Dados da Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo (Cetesb) mostram que a qualidade do ar nos últimos dias
em Ribeirão Preto é considerada de moderada a ruim devido às queimadas.
Os índices colocam a cidade em alerta. A situação é pior
do que a de São Paulo, que apresenta nível bom, mesmo com a dispersão de gases
de uma frota de oito milhões de veículos – em Ribeirão, são 525.061.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, de janeiro a
setembro deste ano, a região de Ribeirão Preto registrou cerca de 600 incêndios
em vegetação. Um dos mais graves afetou a reserva biológica do Centro de
Pesquisa de Bovinos de Corte do Instituto de Zootecnia, em Sertãozinho. O fogo
destruiu 160 hectares da área, o equivalente a 22 campos de futebol, durante
quatro dias.
A chuva poderia aliviar a situação, mas os últimos
volumes expressivos ocorreram na segunda quinzena de agosto.
Segundo a professora de
química ambiental Maria Lúcia Moura Campos, o tempo seco e a quantidade de
incêndios levam ao acúmulo de partículas na atmosfera. É isso que deixa o
horizonte ‘embaçado’ quando a cidade é vista à distância. “O ar está ruim
porque tem muito material particulado. Com o tempo muito seco, esse material
fininho fica na atmosfera, ele não cai durante a noite. Até à noite e de
madrugada nós estamos com a qualidade do ar moderada. Normalmente, se as
partículas estão hidratadas, elas ficam mais pesadas e caem. A gente enxerga o
tanto de material particulado que tem na atmosfera e isso a gente respira”,
explica.
Em muitos dos casos, os
incêndios registrados às margens das rodovias são causados por bitucas de
cigarros jogadas por motoristas. “Essa queima de biomassa, que é tudo que é
planta, é o que faz com que a nossa qualidade do ar fique ruim. A pessoa pode
não ter consciência de que está causando um incêndio, mas isso não é um
acidente. É uma ação que a pessoa pode evitar”, diz a professora.
Em agosto, um incêndio na
reserva ecológica do campus da USP destruiu dois hectares do banco genético de
biodiversidade usado em pesquisas e como fonte de sementes para
reflorestamento.
Para Maria Lúcia, as políticas
públicas voltadas à recuperação e ao replantio de espécies nas regiões são
positivas, mas a natureza não reage de forma rápida às medidas. “Nós precisamos
ter consciência de que as nossas ações podem causar grandes desastres. Não
devemos colocar fogo em lixo, no quintal, não jogar bituca na estrada. Precisa
ter uma conscientização para evitar esses incêndios, que são provocados.”