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Quanto mais um casal termina e faz as pazes, maiores são as chances de depressão e ansiedade
Conhecidos como “ioiô” ou “ping-pong”, relacionamentos em que os
casais terminam e voltam com frequência podem ter impacto negativo na saúde
psicológica das pessoas, aponta estudo publicado recentemente na revista Family
Relations.
Segundo especialistas, terminar o namoro e depois de pesar os prós
e contras reatar nem sempre é ruim; na verdade, a separação pode ajudar os
parceiros a perceberem a importância do relacionamento, contribuindo para uma
união mais saudável e comprometida.
No entanto, se esta atitude é corriqueira, pode
indicar que algo não vai bem e pode ser extremamente tóxico para a saúde emocional e mental. “As descobertas sugerem
que as pessoas que terminam a relação e voltam a ficar juntas precisam analisar
a situação mais de perto para determinar o que e por que não está funcionando”,
explicou Kale Monk, professor da Universidade do Missouri, nos Estados
Unidos, ao Medical Daily.
Reflexo emocional
Os relacionamentos amorosos exercem grande efeito
no bem-estar dos indivíduos, assim como o término está associado ao sofrimento psicológico, que pode ser pontual e de curta
duração. Entretanto, quando esse ciclo se repete com o mesmo parceiro, pode
facilitar a aparição de problemas mais graves, como a depressão.
Para comprovar cientificamente esta realidade, os
pesquisadores avaliaram 545 participantes – 266 estavam em
relacionamentos heterossexuais e 279 se relacionavam com pessoas do mesmo sexo.
A escolha dos relacionamentos homossexuais foi uma proposta da equipe para
identificar as disparidades existentes entre os diferentes tipos de relações
amorosas.
Os resultados apontaram que quanto
mais um casal terminava e ‘fazia as pazes’, maiores eram as chances de depressão,
ansiedade e outros sinais de sofrimento psicológico – termo geral usado para descrever sentimentos desagradáveis ou emoções
que afetam o nível de funcionamento do indivíduo. A pesquisa ainda revelou que
a ocorrência do ‘iô-iô’ foi praticamente a mesma em relacionamentos
héteros ou homossexuais. Entretanto, a frequência foi mais alta no caso de
casais gays em comparação com lésbicos ou heterossexuais.
Diante das descobertas, a equipe
determinou que padrões ‘iô-iô’ causam aumento dos sintomas de sofrimento
psíquico.
Por que reatamos, então?
Embora a maioria das pessoas saiba
que os relacionamentos desse tipo sejam emocionalmente exaustivos, muitos
acabam vivenciando a experiência. Um estudo anterior, publicado no The
Journal of Social Psychology, apontou alguns dos motivos mais
comuns pelos quais os casais insistem em manter uma relação que claramente não
está funcionando.
Algumas das explicações envolvem segurança financeira, a presença de filhos ou a
sensação de que o tempo investido no relacionamento vale o esforço de ‘tentar
mais uma vez’ – ainda que já tenham sido muitas. Para Monk, os casais
que sentem a necessidade de dar mais uma chance à relação devem fazê-lo por
realmente desejarem se manter juntos e não por obrigação.
O especialista ainda enfatizou a importância da comunicação, mencionando que a terapia de casais pode permitir conversas mais francas
sobre problemas que estão prejudicando o namoro (ou casamento) e são ignorados
pela dificuldade em abordá-los sem a ajuda de um profissional. No entanto, se a
pessoa já notou que a toxicidade da relação está prejudicando a saúde física e
mental em demasiado, ela não deve se sentir culpada em romper; o fim do
relacionamento será benéfico para ambos.