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A maternidade é um laço invisível de amor e nutrição que se inicia muito antes do nascimento.
A gestação é um período de grande demanda metabólica do organismo. Para este momento é primordial garantir a saúde da mãe e do bebê, sendo o acompanhamento médico e nutricional, de fundamental importância.
Precisa comer por dois?
O que se come na gestação não é por dois, mas é duplamente importante. Nutrientes são necessários para suprir as demandas da mãe e do feto que, em aproximadamente 40 semanas, se tornará um bebê de cerca de 3kg.
A quantidade e a qualidade da alimentação são fundamentais, sem restrição ou excesso de calorias, pois ambas podem colocar em risco a vida da mãe e do filho.
O peso da gestante
O peso que a gestante ganha não é só do bebê, mas também líquidos e gorduras provenientes da gestação, peso do útero, volume de sangue e etc. As recomendações para o ganho de peso ideal vão depender do estado nutricional de cada mulher antes da gestação.
É importante que a mulher esteja bem já antes da gestação e, melhor ainda, quando se trata de uma gestação programada, pois o estado nutricional antes e durante a gestação pode refletir no desenvolvimento e saúde não só do feto, mas ao longo da vida desta criança. A falta ou excesso de alimentos e nutrientes adequados, assim como o excesso de estresse e exposição a tóxicos podem refletir negativamente nesta vida.
A necessidades calóricas são individuais
A fonte de nutrientes que o feto tem para garantir seu crescimento vem das reservas nutricionais maternas, além da ingestão alimentar durante este período. A quantidade de calorias de uma gestante só deve ser aumentada após o primeiro trimestre, um equivalente de apenas 300 Kcal, além do que deve consumir uma mulher não gestante. Também deve haver um ajuste na quantidade de proteínas da dieta.
O acompanhamento é individualizado e deve se levar em conta o que a mãe comia antes de engravidar, o seu estado nutricional, as suas necessidades e preferências.
Deve haver um monitoramento dos exames laboratoriais, além de sinais e sintomas que irão mostrar a necessidade individual do uso de suplementos alimentares. Salientando que, mesmo que seja necessária a suplementação, a melhor forma de nutrição ainda são as fontes alimentares, vindas de uma alimentação equilibrada e variada, além de evitar alimentos indevidos.
Durante o primeiro trimestre da gestação, o quadro de enjoos é bastante comum, devido a alterações hormonais. Neste momento é muito indicado que a gestante possa fracionar as suas refeições ao longo do dia, evitando longos períodos de jejum e evitando grandes volumes de alimentos.
As vitaminas do complexo B são fundamentais na gestação, incluindo o ácido fólico que deve ser suplementado já antes da concepção, pois participa da formação do tubo neural.
Vitmiana A, Vitamina D, além de minerais como selênio, cálcio, ferro, iodo, zinco, magnésio e outros têm funções tão específicas que devem ter suas quantidades mantidas dentro da necessidade individual da gestante.
Ômega 3 é um nutriente essencial na gestação inclusive para a função cognitiva do bebê.
Dentro da quantidade adequada, a gestante deve alimentar-se de comidas simples, caseiras, com temperos naturais, alimentos livres de agrotóxicos e também de aditivos químicos (adoçantes, aromatizantes, corantes e conservantes), evitando ao máximo os alimentos industrializados, principalmente embutidos, gordura vegetal hidrogenada, alimentos açucarados e o excesso de refinados.
Alimentos em excesso não são bem-vindos, principalmente na forma de doces e alimentos gordurosos, pois podem dificultar a circulação sanguínea, aumentar a gordura corporal, entre outros problemas. O excesso de sal também deve ser evitado, pois aumenta a pressão arterial, porém não deve ser eliminado, pois frequentemente as gestantes experimentam períodos de queda da pressão, ocasionando tonturas e mal-estar.
A boa nutrição antes e durante a gestação traz benefícios de mão dupla, tanto mãe quanto filho são os contemplados.
*Esta coluna é semanal e atualizada às segundas-feiras