compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Criada há 10 anos, a Lei Seca determina multa de R$ 2.934 e suspensão da CNH
O Detran – Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo – divulgou uma lista na qual estão as desculpas mais esfarrapadas que os motoristas usam nos recursos de trânsito após serem multados pela Lei Seca.
A final da Copa dos Recursos Mais Incríveis da Lei Seca será no próximo dia 6 de julho, quando os paulistas conhecerão a desculpa campeã – e provavelmente a pior de todas. É óbvio que nenhuma colou e que os recursos acabaram negados.
A votação acontece pelo Facebook do Detran-SP e os usuários elegem as melhores. Entre as semifinalistas estão quatro histórias: Pra baixo o Santo Ajuda, Beijo Fatal, Bom pra quê e Gases.
Do fim de 2015 para cá, 37 mil motoristas que foram flagrados dirigindo depois de beber entraram com recursos no Detran de São Paulo. Destes, 97% dos pedidos foram negados. O objetivo da campanha na internet é usar o humor para alertar sobre um comportamento que pode ter um fim trágico.
O diretor-presidente do Detran-SP, Maxweel Vieira, alerta que qualquer quantidade de bebida alcóolica já altera a percepção. “A gente tem hoje nos nossos pais aproximadamente 40 mil mortes por ano no trânsito. As pessoas têm que entender que se elas beberem um copo, dois copos de cerveja, isso já tem um efeito na direção e qualquer desatenção que ela tenha ela pode ter um acidente grave e também um dano muito grande para terceiros”, explicou.
Criada há 10 anos, a Lei Seca determina multa de R$ 2.934 e suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) caso o motorista seja flagrado com menos de 0,3 mg de álcool por litro de ar soprado ou se recuse a fazer o exame. Se o equipamento identificar 0,3 mg ou mais, além da multa e da suspensão, o condutor fica sujeito à prisão de 6 meses a 3 anos. Acompanhe as esfarrapadas justificativas.
DESCULPAS CAMPEÃS
1 – NA LATA
Ribeirão Preto (2016)
Estava no rancho. Bebia cerveja sem álcool. Um amigo colocou cerveja com álcool na minha latinha. Não percebi. Me considero inocente.
2- O NOIVO
São Paulo (2015)
Informo que tal ato foi cometido em virtude de problemas pessoais devido ao término do meu noivado, o que me deixou abalado emocionalmente, me levando a cometer uma imprudência ao volante.
3 – PINGA NI MIM
Taubaté (2016)
Sofri um acidente por motivo mecânico do carro. A polícia chegou e sentiu cheiro de álcool. Não fiz o teste do bafômetro porque não tinha bebido. O carro estava com as compras do meu caseiro, que havia comprado um garrafão de pinga. Era aniversário dele. Não tinha como recusar de levar o garrafão. Em caso de dúvida, podem confirmar com meu caseiro.
4 – PRA BAIXO O SANTO AJUDA
Taquaritinga (2015)
O condutor estava em sua residência, onde ingeriu cerca de duas taças de vinho, quando sentiu vontade de escutar CDs que estavam no veículo estacionado em frente à sua casa. Dessa forma, sentou no banco do motorista e ali adormeceu. Foi acordado pela polícia exigindo documentos. Tudo foi apresentado. No entanto, foi acusado de estar dirigindo sob a influência de álcool e de ter colidido com outro veículo. Vale esclarecer que a suposta manobra informada pela PM, trata-se de o veículo ter descido centímetros por conta do sobrepeso do condutor associado ao declive da rua.
5 – MEMÓRIA SELETIVA
Araraquara (2016)
Não me lembro de ter passado por nenhum exame que constatasse que eu estava alcoolizado no acidente.
6 – BEIJO FATAL
Rio Preto (2016)
Para sua surpresa, submetido ao teste de bafômetro, o policial informou que o aparelho teria uma medição de 0,06 mg/L. Resignado, buscou uma explicação para o ocorrido e teve ciência de que o teste positivo poderia ter sido oriundo do uso do adstringente bucal ou até mesmo por ter beijado uma garota que estava embriagada.
7 – DORME NENÊ
Guarulhos (2016)
Declaro que o veículo me pertence e que não é verdade que meu filho dirigiu alcoolizado, até mesmo por ser uma pessoa calma e de controle absoluto. Os olhos deles realmente estavam vermelhos, mas é porque estava com conjuntivite. Acabou batendo o veículo porque dormiu ao volante, como aconteceria com qualquer outra pessoa que dirige com sono!
8 – AMIGA DA ONÇA
Jundiaí (2017)
No dia em que fui parada eu tinha bebido um pouco, pois tive uma decepção amorosa. Meu namorado me traiu com uma das minhas melhores amigas. Fiquei sem rumo e por esse motivo me excedi um pouco na cerveja.
9 – ROLANDO LERO
Mogi Guaçu (2017)
Não me recusei. O agente me perguntou se eu “gostaria” de fazer o teste. Ele não disse que eu “teria” de fazer o teste. Se fosse uma exigência do agente eu teria feito, mas ele me falou: “você gostaria de fazer o teste ou não?”. E eu não gostei. Se a frase fosse “você vai fazer o teste ou não?”, aí seria diferente. A palavra “gostaria” muda totalmente a frase.
10 – BOM PARA QUÊ?
São Paulo (2016)
O consumo de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, vem sendo comprovado cientificamente como benéfico para a saúde. Previne doenças como o câncer e melhora o bom colesterol, auxiliando a prevenção de derrames e enfartes, desde que consumidos com moderação. Já o consumo de refrigerantes é maléfico à saúde. Se ingeridos em excesso enfraquecem os ossos e causam câncer.
11 – ALTRUÍSTA
São Paulo (2016)
Não consegui explicar ao agente de trânsito que estava muito mal de saúde, com gripe forte e suspeita de H1N1 e poderia transmitir a outras pessoas se fizesse o teste.
12 – NA BANGUELA
Guarulhos (2015)
Ocorre que a recusa não foi motivada pelo fato de que a recorrente estivesse dirigindo alcoolizada, e sim em razão de haver sofrido um problema com a sua prótese dentária, o que, além de causar um desconforto enorme, também motivaria constrangimento, já que no momento da abordagem havia várias pessoas no local.
13 – O TEMPO NÃO PARA
Votorantim (2016)
Na fita do etilômetro consta que o teste foi realizado às 22h36, porém no auto de infração consta 22h40. Portanto, há divergências “incompatíveis” com a legalidade da autuação, pois a hora que consta do teste do etilômetro deve ser a mesma do auto de infração para garantir a veracidade e a confiabilidade do exame.
14 – SENTE A MARESIA
Itanhaém (sem ano)
Fui parado em operação da Lei Seca. O agente responsável trouxe o bafômetro para que fosse realizado o teste. Entretanto, como moro há vários anos no litoral, expliquei ao agente responsável que equipamentos eletrônicos sujeitos à maresia estão invariavelmente fadados a erros e falhas causadas pelo sal marinho que se deposita dentro de placas e circuitos. Por isso não fiz o teste.
15 – GASES
São Paulo (sem ano)
Para surpresa do recorrente, lhe foi solicitado que soprasse o bafômetro entre cinco pistas de veículos, todas com trânsito parado em função da própria blitz. O congestionamento se estendia por 500 m em ambas as direções e fez com que houvesse um altíssimo nível de concentração de gases de escape de veículos, inclusive movidos a álcool, o que gerou insegurança ao recorrente. Isso porque os gases poderiam alterar os resultados dos testes.
16 – EM NOME DO PADRE
Nova Granada (2016)
É do conhecimento que a religião católica tem a missa como centro de sua liturgia, e que o momento mais solene é quando o pão e o vinho se transformam no corpo e no sangue de Cristo. O número pequeno de sacerdotes leva muitos a oficiarem duas ou três missas por dia em lugares diversos, ingerindo, pois, em cada consagração, uma pequena quantidade de vinho. Ora, como os sacerdotes não gozam das mordomias dos agentes públicos de certo escalão (com motoristas pagos pelo erário), são obrigados a dirigir seus veículos para trabalhar. Ora, qualquer deles está sujeito, numa blitz, a ser multado.