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Filhos de pais e mães superprotetores ou negligentes têm mais chances de sofrer e praticar bullying
Pesquisadores da Universidade de Warwick, nos
Estados Unidos, analisaram informações coletadas por 70 estudos diferentes, de
1970 a 2017, envolvendo mais de 200 mil crianças, para comprovar, mais uma vez,
que o comportamento dos pais tem influência direta nas atitudes dos filhos – e
que isso pode acontecer para o bem ou para o mal.
Para elaborar a análise, os profissionais dividiram o comportamento dos adultos
em duas categorias distintas: o positivo (que incluiu características como
autoridade, comunicação, envolvimento, apoio, supervisão e afeição) e o
negativo (como abusos, negligência e superproteção).
Em seguida, compararam todos os dados das famílias,
chegando à conclusão de que o comportamento negativo dos pais aumenta o risco
de a criança sofrer e também praticar bullying. “As pessoas normalmente assumem que o bullying é um problema das escolas, mas
este estudo deixa claro que os pais têm um papel muito importante na questão”,
afirmou, em nota, o professor Dieter Wolke, um dos autores do texto. “É vital
que todos entendam isso para que sejam feitos programas de intervenção não só
nas instituições de ensino, mas também dentro das casas dessas famílias,
encorajando as práticas positivas”, completou.
O professor explicou ainda porque a superproteção foi incluída na lista de
comportamentos negativos. De acordo com ele, as crianças precisam de apoio, mas
não podem ser banidas de todas as experiências negativas. “Quando fazem isso,
os pais não deixam os filhos aprenderem quais são as melhores maneiras de
lidar com seus problemas e fazem com que eles se tornem mais vulneráveis”,
disse.