Cães e gatos: entenda o motivo de imitarem um ao outro

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 07:00
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Veterinárias explicam a razão dos cães se comportarem como gatos (e vice-versa) quando os pets convivem juntos

Cães e gatos podem conviver em harmonia e até adotar os hábitos um do outro – foto Arquivo

 

Uma preocupação frequente em tutores que cuidam de pets de diferentes espécies é a convivência. Ter receio de que o gato da casa estranhe o cachorro, ou vice-versa, faz parte da tentativa de socialização dos animais domésticos.

Por incrível que pareça, os cães e gatos podem, sim, viver em harmonia, e até mesmo adotar os hábitos um do outro dentro de casa, causando uma “inversão de papéis”.

Cães que se lambem ou tentam subir em lugares altos, e gatos que abanam o rabo, são alguns exemplos de comportamento “transferido”.

De acordo com a veterinária Caroline Fanceli, isso ocorre devido à convivência próxima entre as espécies, e os pets de fato podem aprender determinados hábitos por imitação.

“Alguns gatos podem exibir comportamentos caninos, como atender pelo nome, buscar objetos lançados pelo tutor, seguir seus humanos pela casa de forma constante, apreciar passeios com coleira ou até demonstrar entusiasmo de forma mais ‘canina’“, prossegue a profissional.

Do mesmo modo, cães são capazes de apresentar comportamentos “felinos”, como preferir lugares altos para descansar e serem mais independentes, podendo demonstrar um comportamento mais reservado e seletivo com relação às interações.

Segundo a veterinária Anny Yukari, os fatores que podem influenciar na chamada “imitação comportamental” entre os animais de estimação são classificados como:

Aprendizado por observação

Quando o animal de estimação aprende determinado comportamento de outro, vendo que há algum tipo de benefício em prol desse comportamento — como o ganho de algo, seja alimento, seja carinho ou atenção.

O aprendizado por observação funciona de forma similar aos ensinamentos de comando e adestramento.

Entretanto, nesse caso, o pet estará aprendendo com o outro pet, podendo acontecer entre a própria espécie (gato-gato) ou multiespécie (gato-cão e até mesmo gato-humano).

“Um exemplo muito claro disso é quando um felino ou canino aprende a abrir portas e gavetas, sabendo que ali pode haver um petisco ou uma rota de fuga”, diz Yukari.

Contágio comportamental

Ocorre quando o pet passa a “copiar” o comportamento de outro pet sem saber o motivo de estar fazendo isso. Diferente do aprendizado, não há benefício envolvido.

É uma forma de repetição mais primitiva, que eles expressam como uma maneira de sobrevivência, principalmente em bandos.

Nos gatos, até o próprio miado está correlacionado a um aprendizado que aconteceu ao longo do tempo, sendo uma forma deles se comunicarem com os humanos.

“Chamamos de ‘primitivo’, porque tem relação com a evolução dos animais como instinto de sobrevivência”, explica Yukari.

*Informações Metrópoles


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