Cães sentem o estresse dos humanos pelo olfato, segundo estudo

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 16 de novembro de 2024 às 08:30
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Pesquisa realizou um teste mostrando que os cachorros podem se tornar mais pessimistas se sentirem o odor do estresse, produzido pelo hormônio cortisol

Se você sente que seu pet te conhece muito bem, não é coincidência – foto Freepik

 

Se você já se sentiu confortado por seu cão em um momento de estresse, não foi coincidência.

Um estudo na Scientific Reports, cientistas da Universidade de Bristol, na Inglaterra, mostra que os cachorros podem farejar o estresse humano e se sentirem tristes também.

O cachorro é conhecido como o melhor amigo do homem e, provavelmente, você sente que seu pet te conhece melhor que ninguém.

Pela convivência com as espécies durante cerca de 30 mil anos, os cães evoluíram para ler pistas verbais e visuais de seus tutores. Graças ao seu olfato apurado, os cães podem detectar o odor de estresse presente no suor humano.

Os pesquisadores de Bristol analisaram 18 raças de cachorros e descobriram que além de sentirem o cheiro de estresse, representado por níveis mais altos do hormônio cortisol, eles também reagem à situação emocionalmente.

Para o estudo, onze voluntários que não estavam familiarizados com os cães passaram por um teste de estresse envolvendo falar em público e aritmética, enquanto amostras de suor nas axilas foram coletadas em pedaços de pano.

Em seguida, os participantes humanos passaram por um exercício de relaxamento que incluiu assistir a um vídeo da natureza em uma cadeira de feijão sob pouca luz, após o qual novas amostras de suor foram retiradas.

Os cães foram colocados em três grupos e sentiram o cheiro de amostras de suor de um dos três voluntários.

Antes disso, os animais foram treinados para saber que uma tigela de comida em um local continha uma guloseima e outra em um diferente lugar não.

Durante os testes, potes que não continham petiscos às vezes eram colocados em um dos três locais “ambíguos”.

Em uma sessão de teste, quando os cães cheiravam a amostra de um voluntário estressado, em comparação com o cheiro de um pano sem amostra, era menos provável que eles se aproximassem da tigela em um dos locais ambíguos, sugerindo que eles achavam que essa tigela não continha uma guloseima.

O estudo revelou que a proximidade com indivíduos estressados torna os cães mais pessimistas em situações incertas, enquanto a proximidade com pessoas com o odor relaxado não tem esse efeito.

“Por milhares de anos, os cães aprenderam a viver conosco, e grande parte de sua evolução esteve ao nosso lado”.

“Tanto humanos quanto cães são animais sociais, e há um contágio emocional entre nós. Ser capaz de sentir o estresse de outro membro da matilha foi provavelmente benéfico porque os alertou sobre uma ameaça que outro membro do grupo já havia detectado”, diz Zoe Parr Cortes, autora principal do estudo e estudante de doutorado na Escola Veterinária de Bristol da Universidade de Bristol.

*Informações Casa e Jardim


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