Forma de brincar com pais impacta como filhos tratarão seus coleguinhas; entenda

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 2 de novembro de 2024 às 21:00
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Forma como pais e filhos interagem juntos em brincadeiras pode ser determinante na forma como as crianças pequenas tratarão outras no futuro

Estudo mostra que brincadeira entre pais e filhos é coisa muito séria – foto Freepik

 

Psicólogas da Universidade da Geórgia (UGA), nos EUA, acabam de divulgar um estudo, no qual propõem que brincar pode ser uma atividade muito séria.

Segundo as autoras, a forma como pais e filhos interagem juntos em brincadeiras pode ser determinante na forma como as crianças pequenas tratarão outras no futuro.

Publicado na revista Developmental Psychology, o artigo explica como um “acoplamento dinâmico da sensibilidade materna e comportamentos responsivos/assertivos de crianças pequenas prevê o comportamento das crianças em relação aos colegas durante os anos pré-escolares”.

O novo estudo identificou padrões de interação mãe-filho na infância. O objetivo foi descobrir como pessoas que cuidam e criança interagem durante as brincadeiras.

“Não é apenas o que a mãe faz quando está interagindo, e não é apenas o que a criança faz quando está interagindo”, afirma a autora principal do estudo, Niyantri Ravindran, professora da UGA, mas “como seus comportamentos estão ocorrendo juntos”, diz ela em um comunicado.

Acompanhando as interações mãe-filho

O estudo utilizou dados coletados pela Universidade de Illinois, durante sessões de brincadeira entre 120 mães e seus filhos pequenos em uma sala de jogos de laboratório.

Na pesquisa atual, as autoras acompanharam aquelas crianças durante os seus dias de pré-escola para ver como elas interagiam com seus novos colegas enquanto brincavam.

Depois de seis meses, as autoras juntaram as crianças com outras que nunca tinham visto e acompanharam suas interações.

Finalmente, quando as crianças do experimento inicial tinham cerca de quatro anos e meio, as pesquisadoras trouxeram de novo as crianças participantes para brincar com um amigo íntimo.

Focando nos comportamentos capacidade de resposta e assertividade, o estudo mostrou que mães sensíveis e filhos que respondiam positivamente apresentavam uma forte conexão, resultando em maior capacidade de resposta com amigos.

Da mesma forma, quando as mães eram sensíveis e os filhos assertivos, as crianças apresentavam maior assertividade com colegas desconhecidos.

Qual a importância do estudo sobre brincar com os filhos?

Embora interagir com amigos seja uma coisa que você faz de forma natural, principalmente porque já sabe o que esperar do outro, conhecer uma pessoa pode ser muito estressante, especialmente para crianças.

Esse desafio de tomar a iniciativa e se afirmar, de forma respeitosa, demanda autoconfiança e algumas habilidades a mais.

Assim como ninguém quer que seu filho seja totalmente submisso e nunca tome a iniciativa, explica Ravindran,

“Você também não quer uma criança que seja mandona e nunca ouça as sugestões das outras. Ter um equilíbrio entre esses dois comportamentos pode ajudar a resultar em crianças mais socialmente competentes”, diz a psicóloga.

No final das contas, a ideia principal do estudo é que, embora estejam no comando na maioria do tempo, dizendo aos filhos o que fazer, os pais devem aproveitar a quebra dessa “hierarquia” durante os jogos, para permitir que as crianças tomem a iniciativa, e liderem.

*Informações MSN


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